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Um celular que pega na mentira. Esse serviço tem o sugestivo nome de Love Detector (detector de amor) e passou a ser comercializado pela empresa de telefonia móvel KTF, da Coréia do Sul, no dia 14 de fevereiro – data em que se comemora o Dia dos Namorados em diversos países. O programa instalado dentro do celular analisa os padrões de voz durante uma conversa e os envia a uma central. Assim que o celular é desligado, essa central remete para o aparelho de origem uma mensagem de texto indicando se o interlocutor alterou (ainda que de forma imperceptível ao ouvido humano) a entonação de sua voz em determinados instantes, se algum som foi emitido de forma mais nervosa ou com a respiração alterada – padrões internacionais que, se não são conclusivos, se fazem indicativos de que pode ter havido falseamento da verdade. Esse mesmo circuito entre celular, central de análise, e, novamente, celular de origem sugere ainda quantidade de afeto, surpresa, concentração e honestidade numa conversa. Vale frisar: a central à qual o celular está conectado não escuta o conteúdo das conversas, ou seja, não há arapongagem. Ela apenas registra alterações físicas que interferem no padrão da voz. Segundo Ahn Hee-jung, portavoz da KTF, o serviço foi imediatamente adquirido por cerca de dez milhões de clientes.

Mas não são apenas esses celulares que estão em alta. Empresas investem em detectores de bolso, em ligações via internet e até em óculos. A criação da KTF foi inspirada no velho polígrafo, instrumento hoje em desuso, mas que foi usado nos EUA em interrogatórios de suspeitos de crimes. Ele revela se em determinadas perguntas e respostas houve uma quebra do padrão de voz do interrogado, sobretudo no que envolve batimento cardíaco, pressão arterial e respiração. A máquina “entende” como mentira as frases ditas em tom de ansiedade e stress. O polígrafo caiu em desuso porque, sabendo que estavam sendo submetidos a ele, criminosos conseguiam controlar as suas emoções. No caso das engenhocas atuais, como o celular, é diferente: o interlocutor não sabe que está sendo analisado.

A empresa britânica Defibulator desenvolveu o Portable Voice Stress Analyzer, um detector de mentiras de bolso, vendido a US$ 59. Faz sucesso também o aparelho que é uma espécie de filhote do Skype (o mais popular serviço de voz pela internet com 200 milhões de usuários). Chamado de KishKish Lie Detector, o software pode ser baixado pela internet direto para o computador e usado no programa de conversação para monitorar as falas. Mas nada se compara à invenção do matemático israelense Amir Lieberman: óculos de sol com chip de áudio nas hastes e uma microcâmera embutida que mostra para o usuário, numa minúscula tela atrás das lentes, sinais de alerta de verdade ou mentira. Em uma série de diversos testes feitos pelo Departamento de Defesa dos EUA, todos esses detectores portáteis alcançaram 52% de eficiência. Já é um índice que lhes dá o status de “pega na mentira”.

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