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ACABAMENTO
Técnicos especiais foram escalados para
filmar as aventuras de Stress e Relax
 

Hollywood lidera a produção de filmes em 3D e usa essa tecnologia muito bem porque a vem aperfeiçoando há décadas. Trata-se de um mercado caro e difícil em que o País agora também se arrisca com o seu primeiro filme no gênero, o desenho “Brasil Animado”, que estreia na sexta-feira 21. Dirigido pela cineasta paulistana Mariana Caltabiano, o filme custou R$ 3 milhões – e algumas dificuldades. Na captação das imagens, a diretora e sua equipe viajaram 40 dias carregando um equipamento de 60 quilos, bem mais pesado do que o convencional, o que virou um fardo ao pé da letra em cenários como as dunas de areia no Ceará, uma das locações. “Num filme em 3D, a cena é gravada ao mesmo tempo por duas câmeras ‘amarradas’ por um terceiro aparelho”, explicou Mariana. Isso fez com que a equipe técnica incorporasse um profissional diferente, o estereógrafo, cuja função é mapear a cena e posicionar as duas câmeras corretamente. Tudo milimetricamente calculado.

A história gira em torno dos cães Stress e Relax, que viajam pelo País em busca da mais antiga árvore nativa, pretexto para o filme incorporar imagens reais de lugares e pes­soas. Isso torna tudo mais complicado mas proporciona efeitos certeiros no espectador. Marcelo Siqueira, diretor de tecnologia da produtora TeleImage/Casablanca, disse que a fase da finalização, quando as imagens são tratadas e o filme é montado, foi a mais trabalhosa. O que poderia ser uma simples sequência de capoeira na Bahia, por exemplo, torna-se um desafio enorme porque, em 3D, o pé desse capoeirista avança para fora da tela. “Como são duas imagens, o trabalho é dobrado”, diz Siqueira. Um momento que faz bom uso da técnica se dá na sequência das Cataratas do Iguaçu. Para aparecer em várias dimensões, elas foram filmadas quase do seu interior – as duas câmeras em 3D, avaliadas em R$ 15 mil cada uma, além da câmera especial RIG, alugada, não poderiam receber sequer pingos de água.

“Brasil Animado” começou a ser gestado em 2008 como um desenho convencional. Com o boom do 3D, foi reescrito um ano depois para incluir cenas específicas para o novo formato. Por ser o primeiro filme nacional no gênero, profissionais treinados no Exterior foram incorporados à equipe de cerca de 30 pessoas. O ineditismo fez crescer os olhos dos exibidores: eles lhe reservaram 200 das 270 salas com 3D no Brasil.

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