14/01/2011 - 12:24
A prefeitura de Teresópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, estima que vão ser necessários R$ 28 milhões para o trabalho de limpeza e R$ 500 milhões para a reconstrução das áreas atingidas na cidade após os deslizamentos de terra causados pelos temporais na região, cujo número de mortes já chega a 510. Além 226 óbitos, Teresópolis contabiliza 25 desaparecidos, mas o número pode ser bem maior, já que comunicação está muito falha e há bairros isolados, conforme informou o secretário de Defesa Civil do município, Flávio de Castro. Os enterros entraram pela madrugada desta sexta-feira (14) na cidade.
A Força Nacional de Segurança está na serra. Duzentos e vinte e cinco homens, entre eles 80 especialistas em salvamento, estarão nos municípios atingidos por tempo indeterminado. Entre eles há também peritos que vão trabalhar na identificação de corpos. Chove nesta sexta nos municípios atingidos.
IML usa contêiner
Estruturado para receber de 15 a 20 corpos por mês, o Instituto Médico Legal (IML) de Teresópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, entrou em colapso com a chegada de 175 vítimas retiradas de escombros – até as 18 horas dessa quinta-feira (13). A prefeitura teve de improvisar: comprou um contêiner frigorífico para abrigar os corpos. Um cheiro muito forte tomava conta do local e funcionários diziam que lá dentro havia corpos empilhados por falta de espaço.
A situação era tão dramática que, na manhã dessa quinta, depois de uma noite sem dormir, o juiz José Ricardo Ferreira de Aguiar, da Vara de Família, chegou a dizer, ironicamente: "Prometo dar nome de rua a quem me arranjar uma câmara frigorífica". Àquela altura, ele já tinha buscado ajuda em diversos órgãos oficiais – sem encontrar uma solução. À tarde, um caminhão frigorífico da Bom Jesus Comércio e Indústria de Pescado estacionou em frente à delegacia onde funciona o IML.
Mas chegou um alerta da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) dando conta de que o uso do veículo para armazenamento de cadáveres o inutilizaria no futuro para transportar pescados. O ouvidor-geral da prefeitura, Ricardo Raposo, anunciou depois a compra do contêiner, que será doado ao IML futuramente.