Em um planeta que vive sob a ameaça de armas nucleares, pode parecer estranho que a indústria de armamentos invista também, cada vez mais, em tecnologias não letais. Há, no entanto, um método a orientar tal desenvolvimento. Exemplo: de um atirador de elite espera-se que ele acerte o sequestrador e não o refém, mas não há país em que já não tenha ocorrido o contrário. "O momento do disparo é sempre de alta tensão", disse à ISTOÉ o coronel americano Charles Saba, instrutor oficial da Swat, tropa de elite dos EUA. "As armas não letais atingem a raiz do inimigo: o seu sistema nervoso central. E na eventualidade de erro a vida da vítima está preservada." Além de combater crimes específicos, esse tipo de arma de alta tecnologia também é útil na dispersão de tumultos envolvendo multidões. Mais além: nas próprias guerras, quando é vantagem capturar o inimigo vivo – e sem resistência. Assim, acústica, plasma, óptica e eletromagnetismo, entre outras fontes, entram em cena nas mais diversas situações em que haja oponentes – e a sensação que causam na pessoa-alvo, da dor à desorientação mental, é terrível. "Ficar estático ao sentir a própria pele ferver? Há quem preferisse morrer", diz Saba.