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O jovem de 22 anos que, no sábado (8), causou a morte de seis pessoas e deixou gravemente ferida uma congressista americana em Tucson, Arizona, comparece nesta segunda-feira (10) ante uma corte para responder por seu crime.

Jared Lee Loughner, de 22 anos, foi acusado pelo assassinato do juiz federal John M. Roll e de Gabriel Zimmerman, assistente da legisladora democrata Gabrielle Giffords. Também foi acusado de tentativa de homicídio de Giffords, que foi gravemente ferida na cabeça, assim como de Pamela Simon e Ron Barber, membros da comitiva da deputada, informou Dennis K. Burke, promotor federal do Arizona. O acusado comparecerá perante o tribunal na segunda-feira às 14h local (19h de Brasília) em Phoenix. Atualmente, ele se encontra detido pelas autoridades federais. Burke acrescentou que a promotoria está elaborando o indiciamento formal de Jared Lee Loughner.

O tiroteio, que ocorreu no sábado no estacionamento de um supermercado em Tucson, matou seis pessoas, incluindo uma menina de 9 anos, e feriu 14. Em uma coletiva de imprensa, o diretor do FBI, Robert Mueller, advertiu sobre as possíveis acusações contra o autor do tiroteio.

"Não descarto a possibilidade de que sejam apresentadas acusações adicionais sob o status de terrorismo nacional, já que a investigação segue aberta", acrescentou o diretor do FBI. Durante o comparecimento dos acusados nesta segunda-feira, o tribunal definirá uma data para sua audiência preliminar e a revisão dos motivos de sua detenção.

Minuto de silêncio

O presidente americano, Barack Obama, convocou os cidadãos a fazer "um momento de silêncio" nesta segunda-feira às 16h GMT (14h de Brasília) pelas vítimas do tiroteio. "Peço aos americanos que façam um momento de silêncio para honrar as vítimas da tragédia absurda em Tucson, Arizona, e para os que seguem lutando para sobreviver", disse Obama em um comunicado. "Será uma chance para nos reafirmarmos como nação, seja na oração ou na reflexão, lembrando as vítimas e suas famílias", acrescentou.

O presidente fará o momento de silêncio com os funcionários da Casa Branca no Jardim Sul da sede presidencial, indicou o comunicado. Obama também pediu que a bandeira americana seja hasteada a meio mastro em todos os edifícios públicos e militares do país e do resto do mundo "como um sinal de respeito às vítimas".

Já a deputada Giffords, de 40 anos, permanece internada e seu estado ainda é crítico, embora tenha conseguido se comunicar com os médicos, segundo explicou Michael Lemole, chefe de neurocirurgia do University Medical Center de Tucson. Lemole disse estar "cautelosamente otimista" sobre a recuperação da deputada, mas advertiu que sua "condição continua sendo crítica".

Provas

O homem que protagonizou o tiroteio de sábado no Arizona escreveu "Eu planejei antecipadamente" e "Meu assassinato" em um envelope junto ao nome da deputada americana, em quem mais tarde disparou à queima-roupa na cabeça, em informações divulgadas neste domingo.

Os promotores do Arizona anunciaram neste domingo cinco acusações, incluindo homicídio e tentativa de homicídio, contra Jared Loughner, após o tiroteio de sábado que deixou seis mortos e 14 feridos, incluindo a deputada democrata Gabrielle Giffords, que segue em estado crítico.

O documento de acusação revelou que os investigadores revistaram a casa de Loughner em Tucson e encontraram uma carta de Giffords de agosto de 2007 na qual agradecia a ele por assistir a um evento político similar ao do tiroteio. Mas também encontraram as frases "Eu planejei antecipadamente", "Meu assassinato" e "Giffords" escritas a mão, além do que parecia ser a assinatura de Loughner, segundo a declaração dos promotores.

Em uma entrevista à rede Fox News, o xerife do condado de Pima, Clarence Dupnik, referiu-se a outra carta de Loughner na qual "indicava que ele iria matar a mulher escandalosa". Consultado se estava claro que Giffords, de 40 anos, era o alvo, Dupnik respondeu: "Não há nenhuma dúvida a respeito. Não há nenhuma dúvida de que este foi um ato de um só indivíduo muito perturbado".

Loughner deve comparecer na segunda-feira perante a justiça na capital do estado do Arizona, Phoenix, para responder às acusações, e Dupnik confirmou que o suspeito segue negando-se a cooperar com os investigadores. Um júri será o responsável, em um prazo de 30 dias após a primeira aparição do acusado, de examinar as provas contra ele antes de pronunciar o auto de processamento.