03/01/2011 - 11:47
Vinte novos ministros do governo de Dilma Rousseff – empossada no sábado (1º) a primeira mulher presidente do Brasil – recebem nesta segunda-feira (3) o cargo de seus antecessores em solenidades que começam pela manhã e se estendem ao longo de todo o dia, em Brasília.
Haverá transmissão de cargo nos ministérios da Ciência e Tecnologia; Minas e Energia; do Planejamento, Orçamento e Gestão; do Desenvolvimento Agrário; da Integração Nacional; da Previdência Social; da Saúde; do Turismo; das Cidades; da Cultura; das Comunicações; da Aquicultura e Pesca; e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
Recebem os cargos dos antecessores ainda os ministros das secretarias de Direitos Humanos; de Políticas para as Mulheres; de Relações Institucionais; de Políticas de Promoção da Igualdade Racial; dos Portos; além do Gabinete de Segurança Institucional e do Banco Central.
Os 37 ministros foram empossados pela presidenta Dilma Rousseff no sábado, durante cerimônia no Palácio do Planalto. No mesmo dia, o primeiro assumiu o cargo: Alfredo Nascimento, dos Transportes. Outros seis o fizeram neste domingo: Helena Chagas, na Secretaria da Comunicação; José Eduardo Cardozo, na Justiça; Antonio Palocci, na Casa Civil; Antônio Patriota, no Ministério das Relações Exteriores; Tereza Campello, no Desenvolvimento Social; e Gilberto Carvalho, na Secretaria-Geral da Presidência.
A passagem de cargos termina na terça-feira, na Secretaria de Assuntos Estratégicos, que será chefiada por Moreira Franco.
PMDB
Segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo, publicadas nesta segunda-feira, o ministro da Casa Civil Antonio Palocci recebeu da presidente Dilma Rousseff como primeira missão no cargo apaziguar os ânimos entre PMDB e PT após a nomeação de petistas no segundo escalão do governo – a presidência dos Correios e a Secretaria de Atenção à Saúde passaram das mãos de pemedebistas para pessoas ligadas ao PT.
O líder do PMDB na Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (RN), e o ministro da saúde, Alexandre Padilha, já teriam protagonizado um bate-boca, com acusações e xingamentos. Dilma também convocou uma reunião para esta segunda-feira do Conselho Político, integrado por líderes e presidentes dos partidos da coligação do governo, para dar início ao processo de paz entre as duas legendas.
Domingo
O dia seguinte à posse também agitado para Dilma Rousseff. A presidente recebeu líderes de Estado. Um dos assuntos tratados foi sobre a possibilidade de um acordo comercial entre o Mercosul e a Coreia do Sul. O assunto foi tema do encontro da nova presidente com o primeiro ministro sul-coreano, Kim Hwang-Sik, no Palácio do Planalto. A informação foi dada à imprensa pelo novo ministro de Relações Exteriores, Antônio Patriota.
Também foram debatidos acordos de cooperação na área tecnológica entre Brasil e Coreia do Sul, como na energia nuclear, petróleo e construção naval. Dilma e Hwang-Sik também citaram a necessidade de reequilibrar o comércio exterior entre os dois países, que tem sido majoritariamente deficitário para o Brasil. Em 2009, o saldo comercial entre os dois ficou negativo em US$ 2,16 bilhões para os brasileiros. Em 2010, o número mais que dobrou, para um déficit de US$ 4,4 bilhões.
O trem de alta velocidade entre Campinas e o Rio de Janeiro também foi tema do encontro com o primeiro-ministro sul-coreano. Empresas coreanas estão interessadas na obra que ligará as grandes cidades paulistas e fluminenses. O trem bala também foi tópico de conversa no encontro de Dilma com outra liderança asiática, o ex-primeiro-ministro japonês Taro Aso. Nesse encontro, Dilma agradeceu ao político japonês pelo esforço para a constituição de um acordo entre Brasil e Japão na área de Previdência, que passa a cobrir os trabalhadores brasileiros no Japão, os dekasseguis.
Jogos do Rio
Ainda no sábado, Dilma Rousseff recebeu os cumprimentos do presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Jacques Rogge, e do presidente do Comitê Organizador da Olimpíada do Rio, Carlos Arthur Nuzman. Durante o rápido encontro ela reforçou o apoio governamental aos Jogos Olímpicos que serão realizados em 2016.
"Daremos todas as garantias para realizarmos um grande evento", afirmou Dilma, segundo o relato feito por Nuzman. "Tenha a certeza de que o Brasil será um parceiro sério e realizará os melhores Jogos Olímpicos da história", completou a presidente.
Durante o breve encontro com Dilma, Rogge agradeceu o apoio que o governo brasileiro vem dando à realização da Olimpíada de 2016. Na mesma cerimônia, Nuzman aproveitou para presentear o ex-presidente Lula com um broche da logomarca dos Jogos do Rio, lançada na última sexta-feira.
Lula foi um grande entusiasta da candidatura do Rio para receber a Olimpíada, participando ativamente da vitoriosa campanha. E Dilma, como ministra do antigo governo, também esteve envolvida no processo, prometendo agora, como presidente, manter o apoio mostrado pelo seu antecessor.