O governo do Rio de Janeiro está dando uma aula de cidadania e respeito à vida humana – não apenas para todo o Brasil, mas também para o mundo. No Rio de Janeiro já se premiaram, com gratificação em dinheiro, policiais que tivessem “atos de bravura”. Isso recebeu o apelido de “gratificação faroeste” e, na verdade, serviu de incentivo para que se executassem bandidos ou meros suspeitos. Lá se vão 12 anos. Agora, o governador Sérgio Cabral (foto) implanta uma gratificação ao contrário, modelo que deveria ser seguido por todos que ocupam o mesmo posto executivo: serão premiados em 2011 os policiais que matarem menos, ou seja, pretende-se uma redução nos chamados “autos de resistência”. Entre janeiro e novembro de 2010, foram mortas pela polícia carioca 697 pessoas em supostos confrontos. Claro que a polícia tem de revidar contra quem nela atirar – policial não sai a trabalho para morrer. Mas o governo do Rio de Janeiro vai acabar com a palavra “suposto”. Isso a ONU deve ver e aplaudir.