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O próximo governo terá a oportunidade de dar um novo salto no desenvolvimento do Brasil, desde que aproveite as conquistas dos últimos anos e persevere nas mudanças que o País precisa. Há uma série de oportunidades e desafios para o futuro.

O Brasil hoje se insere favoravelmente no contexto global. A exigência de redução nos gastos do consumidor nos EUA cria a necessidade de que outros países ajudem no papel de consumidor de última instância, em especial países emergentes com elevado potencial de crescimento do seu mercado consumidor. Tais países passam a atrair uma fatia cada vez maior do investimento global. E, entre eles, o Brasil é sem dúvida um dos destaques.

O crescimento da classe média no Brasil é substancial. Entre 2003 e 2009, cerca de 35,7 milhões de pessoas entraram nas classes A, B e C. Estimamos que até 2014 outros 27,9 milhões serão incorporados a estas classes.  Este é o resultado do crescimento da economia, somado à formalização do mercado de trabalho e à eficácia das políticas sociais. Este processo terá implicações profundas sobre o ambiente de negócios no Brasil.

Nos últimos anos a estabilidade macroeconômica – como o controle da inflação – tem gerado dividendos para o desenvolvimento. O risco macroeconômico caiu e a confiança no Brasil está em alta, o que tem se manifestado num processo de queda da taxa de juros real. Este processo deve prosseguir nos próximos anos. Ainda que os juros possam subir em algum momento, a tendência estrutural é de queda, o que favorecerá o investimento, assim como o desenvolvimento do mercado imobiliário.

 

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O Brasil tem o desafio de acelerar os investimentos de forma substancial nos próximos anos. Além dos investimentos necessários das empresas para satisfazer à demanda crescente desta nova classe média, há os investimentos em recursos naturais de que o mundo tanto precisa. Em especial, as descobertas no pré-sal vão exigir muitos recursos, além de novas tecnologias. Existe também o desafio de continuar a encurtar o hiato habitacional hoje existente com maiores investimentos em residências. Sem falar nos compromissos assumidos com eventos esportivos como a Copa do Mundo e a Olimpíada.  Para isso o Brasil terá que dar um salto de qualidade na sua infra-estrutura, especialmente nos setores ligados a portos, estradas, aeroportos e logística.

Para os próximos anos, as necessidades de financiamento do investimento serão elevadas. Com a poupança doméstica (privada e pública) nos níveis atuais, o País acabará recorrendo à poupança externa para conseguir financiar o crescimento. Isto significa um maior déficit em conta-corrente consistente com um câmbio real valorizado pela entrada de capitais. O forte crescimento da economia não pressiona somente as contas externas, mas também pode colocar desafios à convergência da inflação para níveis ainda menores no futuro.

O crescimento sustentável demanda avanços na educação. É preciso ênfase no acúmulo de conhecimento, na formação de indivíduos que sejam capazes de ser produtivos, de resolver problemas e liderar. No Brasil houve bastante avanço na educação, principalmente no acesso das crianças ao ensino fundamental. O grande desafio dos próximos anos é o aumento da qualidade da educação escolar. Quem consegue adquirir mais educação tem como benefício uma renda muito maior na sua carreira. Interessante é que apenas gastar mais não resolve.  Não basta simplesmente realocar recursos para a educação, é necessário planejar e colocar os incentivos corretos para que professores e escolas levem os alunos a um desempenho melhor.

Em suma, há vários desafios pela frente. Mas o Brasil encontra-se em situação privilegiada para aproveitar as oportunidades e alavancar o crescimento.


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