Saiu a primeira condenação internacional do Brasil por omissão diante dos crimes cometidos durante a ditadura militar. Dá a sentença a Corte Interamericana de Direitos Humanos da OEA. O Brasil está condenado pela selvageria da repressão à guerrilha do Araguaia, quando desrespeitou limites impostos até pelos tratados de guerra internacionais – guerrilheiras, por exemplo, foram torturadas, serviram por meses de doméstica na casa de militares e depois foram executadas com um tiro na nuca. A Corte advertiu o governo brasileiro de que suas normas compõem uma Constituição Supranacional: o Brasil tem de cumpri-las. Isso muda também a decisão do STF, que acha que a Lei de Anistia não permite a condenação de torturadores. É o momento ideal de o governo mostrar que não é tão omisso assim. Pode começar a reverter a situação, por exemplo, retirando de sob a terra do cemitério de Vila Formosa, em São Paulo, as ossadas que ela esconde da história – ISTOÉ já deu o caminho na semana passada.