Fotos: Dárcio de Jesus

Agilidade: pouco após embalar exemplar de ISTOÉ Gente, o carteiro Eduardo Rennó entrega a revista na casa de assinante em São Paulo

Um movimento inusitado alterou na semana passada a rotina da gráfica da Editora Três, em Cajamar, São Paulo. À medida que saíam da impressora, publicações da editora começaram a ser retiradas da gráfica pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. Em sua sede, os Correios passaram a embalar e etiquetar exemplares das revistas, que chegam à casa dos assinantes pelas mãos de um carteiro uniformizado. O novo serviço, chamado Entrega Direta e voltado para o setor de publicações, está sendo inaugurado pela Editora Três nos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Nesta primeira fase, envolve a entrega de quase 1,4 milhão de exemplares por mês. “Não se trata de postagem nem de distribuição convencional”, destaca Gregorio França, diretor de operações da editora. “É um sistema especial de entrega, desenvolvido pela maior operadora logística do País, para dar uma maior qualidade na distribuição de revistas ao assinante.”

Na estréia paulistana do serviço, na quinta-feira 6, o carteiro Eduardo Rennó circulou em sua motocicleta pela zona oeste de São Paulo, entregando exemplares das revistas ISTOÉ Gente e Menu. Para o leitor, além da agilidade, uma das vantagens do Entrega Direta é receber seu exemplar de um funcionário devidamente identificado, quase sempre o mesmo. Nas cidades com mais de 200 mil habitantes, os Correios estão, inclusive, contratando funcionários exclusivamente para o serviço. O presidente da empresa, João Henrique de Almeida Souza, estima que o Entrega Direta contratará, no total, mais de 1.800 funcionários. Um programa de computador também foi desenvolvido para o acompanhamento das operações. “Devido à sua capilaridade e eficiência, atuando em todos os municípios brasileiros, os Correios estão se caracterizando cada vez mais como grande empresa logística”, afirma.

Em todo o Brasil, a empresa entrega diariamente mais de 30 milhões de objetos. Embora tenha o monopólio sobre a postagem de cartas e o envio de telegramas, apenas 52% de sua renda se origina desses itens. O restante vem dos outros serviços que presta. E, assim como operadoras logísticas estrangeiras estão se instalando no Brasil, os Correios começam a preparar sua atuação no Exterior. A empresa pretende em breve participar de concorrências internacionais, primeiro nos Estados Unidos, depois na Europa. E, no Brasil, planeja continuar a desenvolver produtos e serviços personalizados, como o Entrega Direta.