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VIOLÊNCIA
Mais de 60 pessoas ficaram
feridas nos protestos

Vestidos para acompanhar um espetáculo de variedades no London Palladium, na capital britânica, o príncipe Charles e sua mulher, Camilla Parker-Bowles, duquesa de Cornualha, acabaram tornando-se protagonistas de uma cena que correu mundo. Em um dos pontos mais movimentados de Londres, a Regent Street, a limusine que levava o casal real na noite da quinta-feira 9 foi cercada por manifestantes furiosos, que passaram a chutar o Rolls-Royce. Numa cidade conhecida como palco de protestos pacíficos, a limusine, que circulava ladeada por batedores, virou ainda alvo de uma lata de tinta. Fotografados com expressão atônita durante o ataque, Charles e Camilla conseguiram escapar do cerco e chegar a tempo de assistir ao espetáculo. “Eu estou bem, obrigada”, disse Camilla mais tarde, ao deixar o teatro. “Há uma primeira vez para tudo.” Charles se limitou a sorrir, enquanto entrava no carro da polícia que os levou de volta para casa.

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TERROR
Carro de Charles foi atacado

O incidente envolvendo a realeza chamou a atenção para a polêmica da votação do aumento da anuidade, uma iniciativa que começou a desencadear manifestações semanas antes da votação no Parlamento britânico. Pela proposta, o limite máximo da anuidade saltará das atuais 3.290 libras (cerca de R$ 8.9 mil), para 9 mil libras, o equivalente a R$ 24,4 mil. Na quinta-feira 9, antes mesmo de o projeto ser aprovado, estudantes já atiravam fogos de artifício e bolas de bilhar na polícia, que, protegida por escudos, tentava evitar a entrada dos manifestantes no Parlamento. Assim que o projeto foi aprovado, por 323 votos a 302, o grau de violência dos protestos aumentou, com blocos de concreto e pedaços de ferro sendo atirados contra prédios.

Com a chegada da cavalaria, a manifestação foi dispersada à base de cacetete e gás lacrimogêneo. Pela contabilidade da polícia, o protesto deixou pelo menos 40 feridos e 30 manifestantes foram presos. Dezoito policiais também se machucaram no confronto. Para entrar em vigor, o projeto que transformou o centro comercial de Londres em cenário de guerra precisa ainda ser aprovado pela Câmara dos Lordes, que tem votação marcada para a terça-feira 14. O porta-voz do Clarence House, a residência oficial do príncipe Charles, confirmou o ataque ao casal real, assegurando que eles estavam “ilesos”. Sobre o aumento polêmico, nenhuma palavra.
Fabiana Guedes

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