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A campanha a favor do WikiLeaks ganhou mais reforços nesta quinta-feira, com as declarações de apoio a Julian Assange do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do primeiro-ministro russo Vladimir Putin, além de mais ataques virtuais contra sites de empresas que tentam silenciar o portal que revelou os bastidores da diplomacia americana.

Lula foi o primeiro chefe de Estado a defender Assange publicamente desde que este foi detido na terça-feira em Londres, em cumprimento a uma ordem internacional de prisão emitida pela Interpol. O fundador do Wikileaks é processado por estupro e abuso sexual na Suécia.

O presidente brasileiro expressou sua "solidariedade" ao Wikileaks e seu "protesto pela liberdade de imprensa". Assange "desnuda uma diplomacia que parecia intocável, a mais correta do mundo (…). O rapaz do WikiLeaks foi preso e não estou vendo nenhum protesto pela liberdade de expressão", destacou.

Duas horas mais tarde, foi a vez de Putin, que também questionou a prisão de Assange. "Se falamos de democracia, é necessário que seja total. Por que Assange foi preso? Isso é democracia?", indagou o primeiro-ministro russo. "É preciso começar olhando para nossos próprios pés. A bola está no campo de nossos colegas americanos agora", ironizou.

Pouco depois, a alta comissária para os Direitos Humanos da ONU, Navi Pillay, demonstrou preocupação com as pressões exercidas sobre as empresas que trabalham com o WikiLeaks após a divulgação dos 250.000 documentos confidenciais.

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Enquanto isso, os "hacktivistas" do grupo "Anonymous" prometeram nesta quinta-feira, em entrevista a uma rádio britânica, uma escalada da guerra informática contra as companhias que cortaram os meios de financiamento do WikiLeaks.

O "Anonymous", grupo que se organizou através de um fórum na internet, reivindicou os ciberataques de quarta-feira contra as companhias americanas de cartão de crédito MasterCard e Visa e de outros grupos que bloquearam as contas do WikiLeaks ou de seu fundador.

"A campanha não terminou. Vai bem e cada vez mais pessoas estão se unindo para ajudar. Cada vez mais pessoas estão baixando a ferramenta ‘botnet’ que permite ordenar os ataques DDoS", declarou à rádio BBC um porta-voz do grupo, que se apresentou como "Coldblood" (Sangue Frio).

Os "botnet" permitem realizar os chamados ataques de Negação de Serviço Distribuídos (DDOS) simultâneos a partir de um grande número de equipamentos para bloquear ou pelo menos sobrecarregar um portal na internet. "É uma guerra informática. Estamos tentando manter a internet aberto e livre para todo mundo, como sempre foi a internet", acrescentou "Coldblood".

Ameaças

Nesta quinta, o grupo anunciou que planejava atacar o site da livraria Amazon. "Objetivo: WWW.AMAZON.COM", escreveu o "Anonymous" no perfil do Twitter c". O site da Amazon, no entanto, continuava funcionando meia hora depois da hora programada para o ataque.
Em relação à estrutura do grupo, o porta-voz disse que o "Anonymous não segue nenhum meio convencional, é apenas um grupo de pessoas que, quando acha que uma ideia que circula é suficientemente boa, então entra em ação".

Os hackers do "Anonymous" fizeram seu primeiro ataque DDoS no sábado, derrubando o blog do serviço de pagamentos on-line PayPal por pelo menos oito horas.

Apesar de anunciar suas ações no Twitter (@Anon_Operation) ou através de seu site, Anonops.net, que, por sua vez, foi alvo de ciberataques, os organizadores do "Anonymous" não quiseram identificar futuros objetivos, mas garantiram que continuarão com a campanha contra as tentativas de silenciar Julian Assange e seu portal.

O australiano, de 39 anos, se encontra detido na prisão londrina de Wandsworth, após o juiz responsável pelo processo de extradição solicitada pelas autoridades da Suécia negar na terça-feira sua liberdade sob fiança.

O site criado por Assange divulga há vários dias, por meio de grandes jornais de todo o mundo, milhares de telegramas diplomáticos confidenciais dos Estados Unidos.

PayPal reativa conta


A sociedade americana de pagamentos pela internet PayPal reativou a conta do site WikiLeaks, desbloqueando seus fundos, mas impôs certas restrições que o impedem de receber novos donativos até segunda ordem. "Restringimos a utilização da conta (do WikiLeaks) com base na nossa política de utilização aceitável", disse John Muller,diretor jurídico da PayPal, em artigo publicado esta quarta-feira no blog da sociedade, filial do grupo de comércio online eBay.

"Acabamos de tomar esta difícil decisão baseados em (que…) o WikiLeaks estimula as fontes a difundir documentos confidenciais, o que é uma violação da lei por parte destas fontes", acrescentou. "O respeito à lei é algo que levamos muito a sério. A política de práticas aceitáveis de utilização da PayPal destaca que não autorizamos que uma organização utilize nosso serviço se ela estimula, promete, facilita ou ajuda outros a cometerem atividades ilegais", argumentou Muller.

"Enquanto a conta ficar sujeita a restrições, a PayPal vai desbloquear todos os fundos restantes na conta da fundação", que permitem ao WikiLeaks se financiar, acrescentou. Muller afirmou que a decisão não foi influenciada por pressões políticas de quem ofende o WikiLeaks.
"Entendemos que a decisão da PayPal se tornou em parte um assunto maior que envolve debates políticos, legais e de liberdade de expressão em torno das atividades do WikiLeaks", destacou Muller.

Histórico
Os "hacktivistas" do grupo "Anonymous" prometeram nesta quinta-feira (9), falando a uma rádio britânica, uma escalada da guerra informática contra as companhias que cortaram os meios de financiamento do site WikiLeaks depois da divulgação de mensagens diplomáticas americanas.

"Anonymous", um grupo que se organizou através de um fórum na internet, reivindicou os ciberataques de quarta-feira contra as companhias americanas de cartão de crédito MasterCard e Visa, e de outros grupos que bloquearam as contas do WikiLeaks ou de seu fundador, o australiano Julian Assange.

"A campanha não terminou. Vai bem e cada vez mais pessoas estão se unindo para ajudar. Cada vez mais pessoas estão baixando a ferramenta ‘botnet’ que permite ordenar os ataques DDoS", declarou à rádio BBC um porta-voz do grupo, que se apresentou como "Coldblood" (Sangue Frio).

Os "botnet" permitem realizar os chamados ataques de Negação de Serviço Distribuídos (DDOS) simultâneos a partir de um grande número de equipamentos para bloquear ou pelo menos sobrecarregar um portal na internet. "É uma guerra informática. Estamos tentando manter a internet aberta e livre para todo mundo, como sempre foi", acrescentou "Coldblood".

Quanto à estrutura do grupo, o porta-voz disse que o "Anonymous não segue nenhum meio convencional, é apenas um grupo de pessoas que, quando acha que uma ideia que circula é suficientemente boa, entra em ação". Além do Visa, MasterCard e do site da filial bancária do serviço de correios suíços, o Postfinance, que na segunda-feira anunciou o fechamento da conta de Assange, os hackers também atacaram outros sites da Suécia, país que busca a extradição de Assange para interrogá-lo por um suposto caso de delito sexual.

Além disso, também foram atacadas as páginas do senador americano conservador Joe Liebenrman. Na véspera, num chat com a AFP, os organizadores do "Anonymous" prometeram estender sua campanha a qualquer um que tenha "uma agenda anti-WikiLeaks" e descreveram Assange como um "mártir da liberdade de expressão".

"Começamos como uns poucos usuários (menos de 50)", disseram. "Agora somos cerca de 4.000". Os hackers do "Anonymous" fizeram seu primeiro ataque DDoS no sábado, derrubando o blog do serviço de pagamentos on-line PayPal por pelo menos oito horas.
Apesar de anunciar suas ações no Twitter (@Anon_Operation) ou através de seu site, Anonops.net, que, por sua vez, foi alvo de ciberataques, os organizadores do "Anonymous" não quiseram identificar futuros objetivos, mas garantiram que continuarão com a campanha contra as tentativas de silenciar Julian Assange e seu portal.

O australiano, de 39 anos, se encontra detido na prisão londrina de Wandsworth, após o juiz responsável pelo processo de extradição solicitada pelas autoridades da Suécia negar na terça-feira sua liberdade sob fiança. O site criado por Assange divulga há vários dias, por meio de grandes jornais de todo o mundo, milhares de telegramas diplomáticos confidenciais dos Estados Unidos.

Governo sueco

Hackers provocaram o fechamento durante várias horas do site do governo da Suécia, em uma ação de apoio ao WikiLeaks e a seu fundador, Julian Assange, detido em Londres a pedido das autoridades suecas.

Segundo o jornal Aftonbladet, o portal oficial (https://www.regeringen.se) ficou off-line durante várias horas da noite de quarta-feira à madrugada de quinta-feira. Pela manhã, o portal funcionava normalmente. O porta-voz do governo, Mariu Ternbo, declarou que Estocolmo não comenta questões de segurança e se negou a confirmar o ciberataque.



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