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Dizem que o artista coreano Nam June Paik inventou a videoarte quando transgrediu os monitores de tevê, transformando-os em esculturas. Isso foi no final dos anos 60. Dez anos depois, o americano levaria a ideia do vídeo-objeto às últimas consequências, produzindo obras que se tornam vivas por meio de projeções gravadas em vídeo. O resultado são instalações povoadas por criaturas fantásticas, feitas de imagens híbridas que dialogam entre si através das falas idiossincráticas, escritas pelo próprio videoartista, e que estabelecem uma atmosfera nonsense e poética. O universo onírico de Tony Oursler poderá ser visto pela primeira vez no Brasil na individual em cartaz no Oi Futuro do Rio de Janeiro. “O diferencial de Oursler está em como ele ocupa o espaço. As projeções estão em diferentes tipos de objetos, paredes, enfim. Esses objetos são espécies de manequins, fantoches animados que criam uma interação dentro desse espaço, exigindo um tipo de ação do espectador. Isso é muito diferente de colocar ali uma tela de vídeo simplesmente”, comenta o curador da exposição, Paulo Venâncio Filho. Exemplo é o trabalho antológico “Judy”, (foto) de 1994, instalação que tem um personagem inspirado na síndrome da múltipla personalidade, onde sua figura vai se transformando em outra ao longo do espaço expositivo, tudo feito por meio de projeções.