O príncipe Albert, de Mônaco, determinou na sexta-feira 4 a extradição do ex-banqueiro Alberto Salvatore Cacciola. Foi o golpe final para um processo que se arrasta a nove meses. Cacciola, dono do falido banco Marka, foi condenado em 2005 a 13 anos de prisão por peculato e gestão fraudulenta. Em 1999, ele já tinha informações privilegiadas de que o Banco Central iria intervir no Marka, que estava quebrando. Cacciola conseguiu comprar dólares mais baratos do próprio BC. Foi dado, assim, um prejuízo de R$ 1,5 bilhão aos cofres públicos. Testemunhas afirmaram, na época, que o ex-banqueiro comprava informações sigilosas do Banco Central – o então presidente da instituição, Francisco Lopes, se demitiu logo depois. Cacciola foi preso pela PF em junho de 2000 – se tornou o primeiro banqueiro a dormir na prisão. Passou 37 dias preso, mas conseguiu habeas- corpus e fugiu para a Itália. Com dupla cidadania, o ex-banqueiro não poderia ser extraditado. Viveu em Milão até setembro de 2007, quando foi preso pela Interpol durante um passeio por Mônaco. O Brasil entrou com um pedido de extradição, mas sucessivas manobras da defesa e problemas na tradução do processo fizeram com que o julgamento fosse adiado quatro vezes. Agora, Cacciola cumprirá sua pena (a maior entre os envolvidos no crime) no Brasil.

 

O CASO CACCIOLA

Janeiro de 1999 – O banco de Cacciola recebe ajuda do Banco Central e provoca prejuízo aos cofres públicos

Junho de 2000 – Prisão preventiva de Cacciola. Ele consegue habeas-corpus e foge para a Itália

Abril de 2005 – Cacciola é finalmente condenado a 13 anos de prisão

Setembro de 2007 – É preso durante passeio em Mônaco

15 de abril de 2008 – Corte de Mônaco admite a extradição

23 de junho – Corte rejeita recurso da defesa

4 de julho – Príncipe Albert determina a extradição