med.jpgPendurar no pescoço o ouro olímpico é um sonho que se torna realidade para pouquíssimos atletas. Entre os brasileiros, apenas 17 conquistaram a medalha dourada desde 1920. A glória que alcançaram com muito esforço se transforma, no entanto, em prestígio e lucros quando chega a aposentadoria esportiva. "As pessoas me tratam como uma heroína", diz Sandra Pires, campeã no vôlei de praia dos Jogos Olímpicos de Atlanta (1996). Ela e sua parceira, Jacqueline Silva, foram as primeiras brasileiras a conquistar tal feito na principal competição esportiva do planeta: "Sou vista como modelo por muita gente e tento não decepcionar." Quando sobe ao lugar mais alto do pódio, o atleta também garante faturamento de vida longa. Para contratar uma palestra de Sandra, empresas pagam entre R$ 15 mil e R$ 20 mil. Também é assim com outros campeões, que não cobram menos de R$ 10 mil por conferência. As mais caras são as do técnico Bernardinho, ouro em Atenas (2004), que podem custar até R$ 40 mil.

Além disso, há os cachês recebidos em eventos, homenagens e patrocínios. O ex-judoca Aurélio Miguel teve um dividendo diferente. Elegeu-se vereador pelo Partido da República (PR), em São Paulo, e reconhece que o ouro conquistado em Seul (1988) foi vital para aumentar sua visibilidade e conquistar votos: "Todos me conheciam como um homem combativo, mas esse primeiro lugar me garantiu uma divulgação enorme. Troco todos os meus títulos mundiais e nacionais por essa medalha."

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O primeiro atleta brasileiro a alcançar essa glória foi Guilherme Paraense, na modalidade tiro esportivo, durante os longínquos Jogos de Antuérpia, em 1920. Em Sydney, há oito anos, o Brasil não conquistou nenhuma medalha dourada. No último torneio, em Atenas, foram cinco – vôlei masculino, vôlei de praia masculino, hipismo e vela (duas). "É um objetivo pelo qual o atleta se dedica incondicionalmente. Tudo fica em segundo plano", diz Sandra. Ela se mudou para os EUA para treinar com Jacqueline antes da Olimpíada de 1996 e deixou para trás seu noivo. "Eu disse a ele que não teria como dividir as atenções", recorda. Como era de esperar, o relacionamento acabou, mas Sandra não se arrepende dos sacrifícios: "Faria tudo de novo."

O primeiro atleta brasileiro a alcançar essa glória foi Guilherme Paraense, na modalidade tiro esportivo, durante os longínquos Jogos de Antuérpia, em 1920. Em Sydney, há oito anos, o Brasil não conquistou nenhuma medalha dourada. No último torneio, em Atenas, foram cinco – vôlei masculino, vôlei de praia masculino, hipismo e vela (duas). "É um objetivo pelo qual o atleta se dedica incondicionalmente. Tudo fica em segundo plano", diz Sandra. Ela se mudou para os EUA para treinar com Jacqueline antes da Olimpíada de 1996 e deixou para trás seu noivo. "Eu disse a ele que não teria como dividir as atenções", recorda. Como era de esperar, o relacionamento acabou, mas Sandra não se arrepende dos sacrifícios: "Faria tudo de novo."