Aos 50 anos, o juiz conservador John Roberts se tornou o mais novo integrante da Suprema Corte dos EUA desde 1801. Na quinta-feira 29, o Senado confirmou, por 78 votos a 22, a indicação do presidente George W. Bush para substituir o juiz William Rehnquist, o presidente da Corte que morreu de câncer, aos 80 anos, em 3 de setembro. Insólito foi o fato de que, apesar de ser considerado conservador em assuntos polêmicos como o aborto e o casamento entre homossexuais, Roberts recebeu votos de 22 dos 44 senadores do Partido Democrata. Pelo visto, eles engoliram a versão de que o juiz é um “conservador compassivo”, não um troglodita da direita religiosa, como se temia.

As atenções agora se voltam para a substituição da juíza Sandra Day O’Connor, 70 anos, que renunciou há dois meses (o cargo é vitalício). Há especulações de que Bush indicará outra mulher ou um representante das minorias – um latino, por exemplo. Mas há também o temor de que o apoio democrata a Roberts leve Bush a nomear um juiz ainda mais conservador. Nesse caso, a espada de Dâmocles voltaria a pender sobre os direitos civis.