O Fórum Econômico Mundial, clube dos riquinhos do planeta, fez as contas e concluiu o que todo mundo imaginava. Com a crise política, o Brasil perdeu competitividade e despencou oito posições no ranking elaborado pelo organismo. Passamos da 57ª para a 65ª posição. A liderança ficou com a Finlândia. Afetado pelo ambiente político conturbado, o País ficou atrás de países díspares, como Namíbia, Botsuana, Colômbia e Tunísia. Vale ressaltar que as análises do Fórum, ao contrário daquelas realizadas por outras instituições internacionais, como o Banco Mundial (Bird), por exemplo, não levam em conta somente os dados macroeconômicos, mas também a impressão que os grandes empresários têm acerca das condições sociopolítico-econômicas de cada país. Por isso, as análises do Fórum têm forte componente político.

Os empresários ricos não vêem mesmo com bons olhos os atuais escândalos
que sacodem a arena política brasileira. Dos 117 países pesquisados, o Brasil
ficou na 81ª posição em relação à estabilidade macroeconômica e na 83ª no que
se refere à inflação. Se levarmos em conta o ranking sobre as taxas de juros, o
Brasil amarga (justamente, diga-se de passagem) a penúltima colocação. Há
ainda outras classificações polêmicas, como Jordânia e Tunísia na frente da
China em competitividade, e Chile (melhor país latino-americano, na 23ª posição)
na frente da Espanha.

Mas como um justo refresco, foi divulgado também um relatório da Conferência das Nações Unidas sobre o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad). Nele, o Brasil sobe do 15º para o décimo lugar no ranking das nações que mais receberam investimentos estrangeiros diretos em 2004, com um total de US$ 18,1 bilhões. Ótima melhora, mas ainda distante da primeira colocada – a China –, que atraiu no ano passado nada menos que US$ 60,3 bilhões.