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TESTE DE SOBREVIVÊNCIA
O motorista americano interpretado por Ryan Reynolds fica preso num
caixão com um isqueiro e um celular: situação simples e apavorante

 

Uma nova leva de filmes de terror vem apavorando os espectadores com uma fórmula eficiente e barata, semelhante àquela que produziu o fenômeno “A Bruxa de Blair” há uma década. Ao contrário do sucesso solitário desta produção americana, há atualmente diversos lançamentos quase simultâneos no mesmo gênero – todos seguem a receita do orçamento baixo, resultado do uso de poucas locações, do enfoque no suspense (e não em efeitos especiais) e da linguagem documentária propiciada pela tecnologia digital. É o que se vê em “Atividade Paranormal 2”, “O Último Exorcismo” e agora em “Enterrado Vivo”, que estreia na sexta-feira 10. Os dois primeiros mostraram seu potencial com rendimentos de mais de US$ 150 milhões e custos que não ultrapassaram US$ 3 milhões. “Enterrado Vivo” não chega a tanto em desempenho, mas é bem melhor na manipulação da plateia.

Hoje o próprio mercado aposta nesse filão e aproveita o rótulo “filme B” como ferramenta de promoção. Segundo a consultoria Screen Digest, o número de filmes lançados mundialmente caiu em 2009 e o principal motivo foram os altos custos de produção. Em consequência, a economia de recursos veio por necessidade – e não pela militância de jovens talentos. De olho no mercado, esses cineastas conseguem fazer boas produções em razão do domínio que têm das novas tecnologias. Toda a história de “Enterrado Vivo”, dirigido pelo iniciante espanhol Rodrigo Cortés, se passa dentro de um caixão e a transição entre as cenas fica relegada à ausência ou presença de luz.

O diferencial desta produção para as outras, que só contratam intérpretes desconhecidos, é a participação de um ator famoso: Ryan Reynolds, agora num papel bem diferente do mocinho que caracterizou o par romântico de Sandra Bullock em “A Proposta”. No filme, ele é Paul Conroy, um motorista americano sequestrado no Iraque e sepultado apenas com um celular e um isqueiro. Ele havia viajado para o país em busca de trabalho e, por acaso, torna-se uma vítima do fogo cruzado entre os interesses políticos e os fundamentalismos religiosos. O espectador, claro, não está muito preocupado com esse viés crítico, mas com o suspense que essa situação, pouco aconselhável a quem sofre de claustrofobia, provoca.

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