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Desde que o governo implantou a lei seca, alguns baladeiros passaram a freqüentar bares e restaurantes com uma nova companhia: o bafômetro particular. Com ele, é possível saber a quantas anda o teor alcoólico no sangue e decidir se já dá para pegar o carro e ir para casa – ou se ainda será necessário beber mais água e esperar um pouco antes de correr o risco de se deparar com uma blitz pelo caminho. A relação custo/benefício estimula o hábito. Há preços para todos os bolsos. Na internet, modelos descartáveis custam a partir de R$ 7 e podem chegar a mais de R$ 16 mil. Além disso, há bares oferecendo o equipamento para a clientela.
Foi o temor da fiscalização que levou o estudante paulistano Lucas Doraciotto, 20 anos, a encomendar um bafômetro digital. Hoje, quando sai com os amigos, dirige o carro quem primeiro atingir o nível zero de teor alcoólico no sangue. "Nunca fomos parados por blitz, mas preferimos não arriscar", conta. Segundo Maria Thereza de Aquino, diretora do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Atenção ao Uso de Drogas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), iniciativas como a de Lucas são válidas apenas enquanto os novos hábitos não são incorporados ao dia-a-dia. "O perigo é o aparelho da polícia ser mais sensível", alerta. As vendas dos bafômetros continuam em disparada: na AGS Diagnósticos, cresceram 116% desde o início da lei seca. "É o novo preservativo", brinca o diretor- gerente Luciano Pimentel. 
 

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