O retorno dos agentes Fox Mulder e Dana Scully ao cinema começou a ser planejado antes mesmo de o último episódio do seriado Arquivo X ir ao ar, em 2002. Mas uma disputa judicial entre a Fox, detentora dos direitos sobre a série, e Chris Carter, o criador da história, adiou em cinco anos o lançamento do novo filme chamado Arquivo X: eu quero acreditar. É o segundo sobre os agentes do FBI que investigam casos para lá de misteriosos (em cartaz a partir da sexta-feira 25). Tanta espera só fez aumentar a expectativa dos fãs e Carter tenta a todo custo evitar que vazem informações que possam estragar a surpresa.

ISTOÉ – Por que lançar um filme seis anos após o fim da série?
Chris Carter –
Pensávamos em fazer outro filme antes disso, e em 2003 a Fox nos procurou e começamos a trabalhar num segundo longa. Interrompemos o trabalho devido a uma briga judicial.

ISTOÉ – Qual foi o primeiro filme? Carter – Arquivo X – o filme, lançado em 1998. ISTOÉ – O que causou a briga judicial?
Carter –
Batalhávamos por uma maior participação nos lucros. Quando o impasse foi resolvido tinham se passado cinco anos e a Fox nos procurou e disse que, se quiséssemos fazer outro filme, o fizéssemos logo.

ISTOÉ – Como foi encarar o desafio?
Carter –
Esse tempo foi importante para que pudéssemos perceber como realmente amávamos a série e os personagens. A riqueza que o Arquivo X nos proporcionou está além do dinheiro. É uma experiência emocional que não teríamos conseguido viver de outra forma.

ISTOÉ – Como foi o reencontro com David Duchovny e Gillian Anderson?
Carter –
Foi como se o tempo não tivesse passado.

ISTOÉ – Os atores tiveram dificuldade para interpretar seus personagens após tanto tempo?
Carter –
Eles não tiveram problema algum. Foram nove anos de seriado, o personagem passa a fazer parte da gente. Mas é claro que os primeiros dias em que David fez Mulder e Gillian fez Scully foram difíceis.

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ISTOÉ – O que foi mais complicado?
Carter –
As mesmas roupas não ficavam tão bem. Acho que todos nós sentimos isso. Quando se passa um tempo longe, é como andar de bicicleta, tem de ir devagar.

ISTOÉ – Trata-se de um filme para fãs?
Carter –
A razão pela qual o fizemos é porque os fãs pediram. Mas sabíamos que para fazer do filme um sucesso precisaríamos ampliar sua audiência, atingir espectadores que não viram a série.

ISTOÉ – Haverá uma seqüência?
Carter –
Não temos uma história, não temos uma idéia, só temos boas intenções. Tudo vai depender da resposta do público. Por isso mantivemos o enredo trancado a sete chaves. É segredo.

ISTOÉ – E quanto ao Brasil? Conhece o cinema brasileiro?
Carter –
Nunca estive no Brasil, mas adoraria visitá-lo porque sou surfista e sei que é um ótimo lugar para o esporte. Do cinema conheço a bela atriz Sônia Braga. Mas sou mais familiarizado com a música brasileira. Gosto de Milton Nascimento e Gilberto Gil.


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