Imagine-se a bordo de um avião a 1.500 metros de altitude, vendo, num monitor de tevê esta mesma nave com as rodas da frente viradas num bizarro ângulo de 90º, e tentando manobras desesperadas para aterrissar. Aqueles que podem ser seus últimos minutos de vida, transmitidos em tempo real. Esta foi a exata situação experimentada, na quarta-feira 21, pelos 145 passageiros do vôo 292, um Airbus A-320, da companhia jetBlue.

O vôo, iniciado às 5 horas no aeroporto Bob Hope, em Los Angeles, com destino ao Aeroporto John F. Kennedy, em Nova York, terminou cerca de três horas depois no LAX, Aeroporto Internacional de Los Angeles. Ao decolar, Scott Burke, o piloto verificou que seu trem de aterrissagem não havia sido recolhido e estava emperrado. Pior: os pneus estavam virados perpendicularmente às asas. Com os tanques cheios para a viagem transcontinental, ele decidiu manter a aeronave voando para gastar combustível e correr menos risco de incendiar-se num pouso forçado. Depois dessa etapa, a sorte e, principalmente, a perícia do comandante entraram em ação. A nave embicou na pista e desceu sobre as rodas viradas. Os pneus estouraram, causando fagulhas e fogo. Mas, no final, o drama mostrado nas telas do país terminou com todos vivos, sem ferimentos.

O presidente da jetBlue, David Neeleman, nasceu no Brasil e foi adotado por um casal de mórmons de Utah.