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MUDANÇA
Nova composição do Senado implica troca de cargos

 

Com um orçamento anual de R$ 3 bilhões, a Primeira-Secretaria do Senado é uma espécie de prefeitura daquela Casa. Por lá, passam todos os contratos de obras e empresas de prestação de serviços terceirizados e um bom naco de poder. De olho nesse filão, o PT, com 14 senadores eleitos, segunda maior bancada na nova composição do Senado, movimenta-se nos bastidores para controlar o cargo. Um dos nomes que despontam para ocupar o cobiçado posto é o do senador reeleito Delcídio Amaral (PT-MS). “Está no regimento do Senado: a primeira bancada, no caso o PMDB, escolhe o presidente, a segunda escolhe o cargo mais importante, que é a Primeira-Secretaria”, explica o senador Paulo Paim (PT-RS), outro nome do PT cotado para ocupar a vaga.

Mas nem tudo são flores no caminho do PT. Seja qual for o nome escolhido pelos petistas, a decisão vai abrir um cargo importante para a principal legenda de oposição no Senado, o PSDB. O partido fez a terceira maior bancada e, com o PT na Primeira-Secretaria, poderá indicar o nome do vice-presidente da Casa. A hipótese de ter um partido de oposição no cargo preocupa as demais legendas da coalizão governista. A tendência é de que a vice-presidência fique com o ex-governador Aécio Neves (PSDB-MG) ou com o senador eleito Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP).

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PRESSÕES
Heráclito Fortes diz que a turma dos escândalos quer voltar

 

O novo primeiro-secretário terá a tarefa de desarticular grupos que estão instalados na estrutura do Senado e protagonizaram escândalos recentes. O atual ocupante do cargo, Heráclito Fortes (DEM-PI), diz que conseguiu consertar algumas irregularidades, como os atos secretos. Mas afirma que já começaram as pressões do ex-diretor-geral Agaciel da Silva Maia, eleito deputado distrital no DF, para nomear pessoas de sua confiança na nova estrutura administrativa. “Tirei toda a diretoria contaminada. Agora os ‘agacielistas’, que me odeiam, estão todos ouriçados, tentando botar um aliado aqui”, diz Heráclito. Para o senador Pedro Simon (PMDB-RS), é bom que o DEM deixe de vez a Primeira-Secretaria, que se transformou num feudo do partido. Simon, no entanto, não vê sinais de melhora. “Ninguém está pensando em boa administração, estão pensando em pegar a Primeira-Secretaria apenas pelos cargos”, diz ele.

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