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O presidente do Haiti, René Preval, pediu calma à população na noite desta terça-feira, após choques entre manifestantes e capacetes azuis da ONU em várias cidades, motivados pelo pânico gerado por uma epidemia de cólera que já deixou mais de mil mortos.
"Propiciar a desordem e a instabilidade jamais foi a solução para um país que vive momentos difíceis", declarou o presidente em uma mensagem à Nação.
Preval denunciou "grupos" que tentam se aproveitar da epidemia de cólera e dos desastres naturais para provocar distúrbios e gerar divisões entre as autoridades nacionais e a sofrida população, e entre os locais e os integrantes da missão de paz no Haiti (MINUSTAH).
"Os tiros, garrafadas, barricadas e pneus queimados não eliminarão a cólera. Pelo contrário, evitarão que os pacientes recebam atendimento médico, remédios e o que mais for necessário".
Nesta terça-feira, manifestantes atacaram soldados da MINUSTAH em várias cidades, culpando a força da ONU pelo surgimento da epidemia no país.
"A única maneira de se enfrentar a cólera é manter a solidariedade com as autoridades nacionais e internacionais", destacou Preval.

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República Dominicana

Um primeiro caso de cólera foi detectado nesta terça-feira na República Dominicana, país vizinho ao Haiti, onde a epidemia já matou mais de mil pessoas, informou o ministro da Saúde Pública, Bautista Rojas.
O paciente é "Wilmont Lowel, de 32 anos, um haitiano que está internado em um hospital da cidade de Higuey", no leste do país, a 140 km de Santo Domingo, declarou Rojas à imprensa.
Há duas semanas, o governo dominicano estabeleceu severos controles para impedir a chegada da cólera ao país, limitando ao máximo a entrada de haitianos e o comércio bilateral.
Segundo Rojas, Lowel trabalha em construção na cidade de Higüey e viajou ao Haiti no dia 29 de outubro, voltando à República Dominicana em 2 de novembro.
Até o momento, 1.034 pessoas morreram devido à epidemia de cólera no Haiti, segundo o último boletim oficial, divulgado nesta terça-feira.
República Dominicana e Haiti compartilham a ilha de Hispaniola e uma fronteira de 376 km, onde há intensa circulação de pessoas e de mercadorias.
Rojas disse que a população deve ficar tranquila e observar as normas de higiene indicadas pelas autoridades de saúde para se evitar a cólera.
A doença, causada por uma bactéria, é transmitida pela água e por alimentos, e provoca violenta diarreia.


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