Uma patinete e quatro cabeludos selaram a amizade entre os mineiros Salomão Borges Filho e Alberto de Castro Guedes, numa esquina de Belo Horizonte, há quatro décadas. Carregando os apelidos trazidos de casa, Lô Borges e Beto Guedes se tornariam conhecidos ao projetar uma imagem de juventude eterna nas canções que compuseram ou cantaram – Trem azul, Paisagem da janela, Lumiar ou Um girassol da cor do seu cabelo. Aos 52 anos, Lô e Beto chegam juntos ao décimo disco individual ainda falando de amor e liberdade. Em algum lugar, de Beto Guedes, reflete o estilo calmo do autor. A voz quebradiça está um pouco mais grave, porém mais afinada, mais segura. Os arranjos são dominados pelos teclados de Cláudio Faria e o disco é cheio de referências pessoais, como a inclusão de A via-láctea, de Lô e Ronaldo Bastos, ou de Júlia, composta pelo filho mais velho, Gabriel, para a filha dele. Lô Borges abre Um dia e meio com a canção Tudo em cores pra você, parceria com César Maurício, num arranjo que lembra My sweet Lord, de George Harrison. E atravessa as outras 11 faixas mesclando as harmonias desconcertantes dos conterrâneos com um pique de roqueiro.


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