Assista ao vídeo que mostra a rotina dos astronautas na Estação Espacial Internacional :

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LABORATÓRIO
Mais de 400 pesquisas já foram conduzidas na estação espacial

 

O dia 2 de novembro de 2000 inaugurou a era em que nem todos os seres humanos vivem na Terra. Nessa data, o americano Bill Shepherd e os russos Sergei Krikalev e Yuri Gidzenko chegaram à Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) para uma temporada de 136 dias. Depois deles, outras 24 missões – formadas por 196 pessoas de oito países – instalaram-se na maior construção humana lançada na órbita da Terra, que tem um custo total estimado de US$ 37 bilhões. Desde então, ela serviu como um centro de pesquisas que podem ajudar a responder perguntas sobre nosso planeta e o cosmos. Mais de 400 já foram realizadas nesses dez anos, em áreas tão diversas quanto biologia, física, engenharia de materiais e fisiologia.

Construída por um consórcio de 15 países, a ISS é administrada pelas agências espaciais dos Estados Unidos (Nasa), Rússia (Roscosmos), Canadá (CSA), Europa (ESA) e Japão (Jaxa). A influência americana, no entanto, vai diminuir a partir do dia 30 deste mês, quando a nave Discovery deve fazer sua última viagem até a base humana no espaço. Ao lado das russas Soyuz, os ônibus espaciais americanos são os únicos capazes de carregar os grandes e pesados equipamentos necessários ao funcionamento da ISS. O lançamento final estava previsto para o dia 1º, mas foi adiado devido a falhas técnicas e condições meteorológicas desfavoráveis. Depois disso, novas naves europeias e japonesas devem ajudar a fazer o trabalho pesado. Muito provavelmente, os veículos usados para transportar astronautas a partir de então serão russos.

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Quando partir, a Discovery levará ainda o Robonaut 2, ou R2, que se tornará o primeiro robô humanoide a habitar a ISS. Pelo menos até 2020, período já autorizado pelo presidente americano, Barack Obama, para a Nasa participar da estação, o R2 vai ajudar os astronautas nos experimentos científicos realizados a bordo e em tarefas cotidianas. “Assim os engenheiros vão conhecer os problemas que podem ocorrer com um humanoide no espaço. Se provar que pode ser útil, ele vai desempenhar funções de manutenção”, informou a Nasa em comunicado recente.
Apesar dos cinco ou seis dias semanais de trabalho, a vida na ISS hoje em dia é bem melhor do que nos seus primórdios. A estrutura começou a ser construída em 20 de novembro de 1998. De início, apenas três módulos funcionavam. Naquela época, os astronautas levavam uma vida espartana, em que a maior parte do tempo era gasta para manter funcionando uma estação recém-nascida.

Atualmente, a ISS é composta por mais de uma centena de módulos alimentados por enormes painéis de captação de energia solar e pode abrigar até sete pessoas com relativo conforto. Seus ocupantes agora podem devotar muito mais tempo a pesquisas e gozar de várias opções de comida e entretenimento, além de escolher entre uma gama maior de equipamentos para exercícios físicos (leia quadro). “Estamos aprendendo a viver no espaço. E cada time de astronautas está fazendo isso melhor”, disse Tim Kopra, que serviu na ISS em 2009.

O astronauta Tom Jones, que visitou a estação em 2001, acredita que os próximos dez anos devem ser usados para ir além. “Na próxima década, precisamos desenvolver e testar sistemas de comunicação e de sobrevivência, novas gerações de roupas espaciais e até mesmo pequenas naves com propulsão própria, que nos permitirão explorar um asteroide”, afirma. Se tudo isso acontecer, os próximos dez anos podem ser ainda mais empolgantes.

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