Confira um trecho do programa “Grandes Migrações” :

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MULTIDÕES MIGRATÓRIAS
No alto, Lagoa das Águas-Vivas, nas Filipinas. No meio, borboletas-monarca,
que demoram quatro gerações para terminar sua migração.
Acima, elefantes do Mali: nascidos para se mover

 

A borboleta-monarca nasce para viajar. Todo outono, o inseto de asas pretas e amarelas com detalhes brancos sai das florestas do México para fazer a primeira e última grande viagem de sua vida. Os indivíduos que voam em direção ao Canadá fugindo do inverno, porém, nunca mais voltam ao ponto de onde partiram. A jornada, de cerca de quatro mil quilômetros, só termina quatro gerações depois. O mais incrível, no entanto, é que as borboletas que nascem no fim da viagem são muito mais longevas e percorrem todo o percurso de volta até o México sozinhas. “Migrações não são apenas belos movimentos de animais. Mais do que isso, têm a ver com a sobrevivência”, diz David Hamlin, produtor da série “Grandes Migrações”, que estreia nesta semana (domingo 7, às 21h, no canal por assinatura NatGeo).

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MARATONA PELA ÁGUA
Anualmente, mais de um milhão de gnus percorrem até 400 quilômetros
entre o Quênia e a Tanzânia em busca de mais chuvas

Espécies migratórias – aves, insetos, mamíferos, peixes e mesmo seres microscópicos – têm características marcantes. Um dos seus comportamentos característicos é o deslocamento para longe de seus hábitats. Essas viagens são feitas normalmente em linha reta. Para serem realizadas, exigem superalimentação – parte de um processo de alocação especial de energia. Tudo em prol de um compromisso com a própria sobrevivência e a da espécie. Elas podem viajar em busca de temperaturas mais adequadas, parceiros sexuais e comida.

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MAR DE ASAS
Albatrozes nas Ilhas Malvinas, sob o olhar de aves predadoras

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LONGA JORNADA
Antílopes do Sudão andam mais de 300 km em busca de água e comida
 

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MOMENTOS ÍNTIMOS
Equipe utilizou câmeras especiais para gravar bem de perto
animais como o tubarão-baleia e o caranguejo-vermelho

No caminho, muitas morrem sem cumprir seu objetivo. Um caso emblemático é o do caranguejo-vermelho, que vive na Ilha Natal, um território australiano no Oceano Índico. Ele sai da floresta em grandes grupos de machos e fêmeas. Cruza estradas pavimentadas pelo homem e enfrenta as formigas amarelas – uma espécie invasora que chegou em navios de carga e já devorou um terço da população do crustáceo. Muitos dos sobreviventes que chegam à praia são arrastados pelas ondas e devorados pelos peixes – uma cena dramática mostrada no primeiro episódio da série. Então, finalmente, eles podem se acasalar. Depois de cumprir seu papel, os machos voltam para a selva. As fêmeas, porém, permanecem em tocas até que os ovos fiquem prontos para serem postos no mar. Eles são lançados na água precisamente entre a lua minguante e a nova, período em que o nível da maré varia pouco. Muitos ovos são engolidos por peixes e vários filhotes comidos vivos pelas formigas no caminho de volta. Os que restaram vão refazer a aventura na idade adulta.

As formigas invasoras e as estradas na rota dos caranguejos da Ilha Natal são apenas dois exemplos de como o homem interfere nas migrações. Entre os hábitats mostrados na série, o produtor David Hamlin diz que nenhum é intocado. “Humanos interferem em todas as migrações.” Entre os exemplos, ele cita os antílopes de Wyoming (EUA). Grupos do animal têm de atravessar estradas, cercas e propriedades particulares para conseguir boas pastagens. “Em todo lugar há as marcas dos nossos dedos”, diz Hamlin.

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Essa relação entre os animais selvagens e os homens se mostra ainda mais predatória no Sudão. De 1983 a 2005, o país africano viveu uma sangrenta guerra civil. Animais sedentários como búfalos e girafas viraram comida para os combatentes e praticamente desapareceram do mapa. Já elefantes, antílopes e gazelas, seres migratórios em sua essência, sofreram baixas, mas resistiram ao combate. Uma prova cabal de que é preciso correr para sobreviver.

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