i51741.jpgAeromoça há nove anos e apaixonada por sua profissão, é claro que a francesa Mathilde Epron viaja de avião com a naturalidade com que todos nós, por exemplo, tomamos um copo d’água. O surpreendente é que Mathilde se mantém nesse patamar emocional de tranqüilidade ainda que a viagem seja muito mais (muito mais mesmo) acima do chão. Explica-se: em 2010 ela irá para o espaço graças a uma promoção da marca de chocolate Kit Kat, da Nestlé: "O meu fascínio não me deixa ter medo", disse ela à ISTOÉ na segunda-feira 21. A história começou no final de junho, quando Mathilde, 32 anos, comprou o chocolate em um pequeno supermercado de Bry-sur-Marne, um subúrbio de Paris. Não deu importância para o anúncio estampado na embalagem, do sorteio de uma viagem ao espaço e vôos em aviões de caça, porque achou que jamais seria premiada: "São sempre outras pessoas que ganham as coisas." Pelo sim, pelo não, dessa vez Mathilde decidiu mandar pelos ares o seu ceticismo e se inscreveu no concurso. Viajou para Cuba e, quando retornou à sua casa em Paris, abriu o e-mail: sim, era ela, a pouco sortuda Mathilde, a primeira sorteada para fazer esse turismo espacial sem gastar absolutamente nada. Se fosse pagar, ela teria que desembolsar pelo menos R$ 400 mil.

i51742.jpgA Nestlé criou essa promoção em parceria com a Rocketplane, empresa americana de vôos espaciais de baixo custo. Mathilde embarcará em um dos quatro lugares da Rocketplane XP, uma moderna nave que atinge 100 quilômetros de altitude – ou seja, a aeromoça dessa vez experimentará a sensação de gravidade zero. Ela participará de treinamentos de seis dias na sede da empresa, em Oklahoma, nos EUA, com aulas teóricas e práticas: entrará em simuladores de vôos, aprenderá um pouco da história das conquistas espaciais, apertará a mão de astronautas veteranos. Nada muito difícil, é verdade, para essa moça que, além de trabalhar no ar, ainda pratica vôo livre e pára-quedismo nos momentos de folga. O seu marido, Remi Epron, ganha a vida pilotando helicópteros de controle remoto para o cinema e teve de se contentar com a permissão de participar somente dos treinos – ou seja, nada de poder pegar carona com a mulher na viagem espacial.