ALENCAR, O ÁRBITRO
Quase fracassou a reunião entre empresários e o ministro Fernando Haddad, que repartiu, na terçafeira 22, os recursos do Sistema S. O ministro insistia em que os recursos são públicos e o presidente da CNI, Armando Monteiro Neto, não queria fazer concessões. O acordo foi salvo pelo vice-presidente José Alencar, que, primeiro, elogiou Haddad: “Quero dizer aos senhores que o presidente Lula tem apreço por todos os ministros, mas este aqui recebe um carinho especial.” E, depois, fez um apelo à razão: “Estamos todos convencidos de que é hora de mudar.” Só então foram fixados dois terços de gratuidade nos cursos do Senai e do Senac.

O motivo do riso
O ex-banqueiro Salvatore Cacciola não deve ficar preso por muito tempo. A jurisprudência garante a quem estava livre quando da sentença o direito de apelar em liberdade. Condenado a 13 anos, ele cumpriu dez meses de prisão em Mônaco, tempo que conta para efeito de progressão.

Boas mãos
Em campanha contra a extradição do ativista italiano Cesare Battisti, condenado a prisão perpétua por quatro homicídios nos anos 70, a escritora francesa Fred Vargas (pseudônimo de Frédérique Audoin-Rouzeau) chegou ao Brasil. O advogado de Cesare junto ao STF é Luiz Eduardo Greenhalgh.

Só trabalho
Equador e Colômbia dispõem de gabinetes de coordenação dos programas sociais. Em reunião com 17 ministros na segunda-feira 21, o presidente Lula anunciou que pretende seguir o exemplo de nossos vizinhos, para desafogar a Casa Civil. Mas ressalvou que o titular da nova tarefa não receberá um tostão a mais.

Pelas bordas
O presidente está com dificuldade de entrar nas campanhas no Nordeste. Por enquanto, vai apenas a Natal, até mesmo para aceitar o desafio do líder do DEM, senador José Agripino Maia, que alardeia o favoritismo de sua candidata, Micarla Sousa (PV). Lula vai pedir votos para a deputada Fátima Bezerra (PT).

Rapadura é nossa
A empresa alemã Rapunzel Naturkost fez um acordo amigável com o Itamaraty e devolveu ao Brasil a patente da rapadura. O diplomata Fabio Schimidt, do Departamento de Propriedade Intelectual do Itamaraty, explicou que os alemães preferiram evitar uma briga judicial.

GIL QUER FICAR
Segundo a assessoria do Ministério da Cultura, o ministro Gilberto Gil não está ameaçado no cargo, a despeito da maratona de viagens em caráter particular, nem se mostra disposto a deixar a Pasta assim que retornar de férias no fim do mês. Garante também que o secretário da Identidade e da Diversidade Cultural, Sérgio Mamberti, não está sendo testado pelo Planalto para substituir Gil, que passou quase todo o primeiro semestre de licença não-remunerada.

Saudades da ditadura
O comando do Forte de Copacabana fez mudanças radicais no Museu Histórico do Exército, ali instalado. Retirou os terminais de consulta que traziam informações sobre o movimento tenentista e a Segunda Guerra Mundial e ergueu um estande em homenagem aos cinco generais que presidiram o País após o golpe de 1964. Sem nenhum pudor, pôs Castello Branco, Costa e Silva, Médici, Geisel e Figueiredo no mesmo nível de Osório, Caxias, Deodoro e Floriano.

Sangue novo
O governador do Espírito Santo, Paulo Hartung (PMDB-ES), amigo do presidente Lula, sinalizou que pode ser a opção de vice na chapa do candidato do Palácio do Planalto em 2010. O problema de Hartung é que dentro do PMDB existem outros pretendentes, como o governador do Rio, Sérgio Cabral, e o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima. Se Geddel for o escolhido, deixará livre o caminho para a reeleição do governador Jaques Wagner na Bahia.

Fronteira segura
Ao contrário do Exército, a PF não defende a demarcação de terras indígenas nas fronteiras em forma de ilhas. “O Estado tem que fazer a proteção de fronteira, não importa se é terra indígena. Se for, é maior a obrigação de a União estar presente”, diz o diretor-geral da PF, Luiz Fernando Corrêa.

Homem de paz
O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, nega que tenha usado a expressão “quem manda aqui sou eu”, em reunião com líderes dos partidos. Ele disse apenas que acionará os instrumentos regimentais a seu alcance para garantir as votações.

Sonho de Minc
O ministro Carlos Minc já tem um plano de ação. Em três meses, todas as unidades de conservação ganharão gestor e planos de manejo. Nas reservas extrativistas, deve-se agregar valor aos produtos; nos parques, desenvolver o ecoturismo; e nas florestas, aumentar a produção de madeira certificada.