i51859.jpgA ansiedade é uma das maiores inimigas da saúde mental atualmente. Estima-se que pelo menos 10% da população mundial seja portadora de distúrbios associados a esse sentimento, entre eles a síndrome do pânico e as fobias. Por causa do prejuízo que impõe à vida dos indivíduos, o transtorno vem ganhando atenção da ciência. “O resultado é que diversos caminhos começam a ser abertos para melhorar seu controle”, diz o psiquiatra Marcelo Feijó, da Universidade Federal de São Paulo.

A descoberta mais recente foi anunciada na última edição da revista científica Nature. Pesquisadores da Rutgers University (EUA) descobriram um grupo de neurônios envolvido no registro pelo cérebro das informações de medo. Toca-se assim em um ponto fundamental do mecanismo da doença. Uma vez armazenados, os dados que podem ser disparados a partir de situações como um seqüestro, uma crise financeira ou simplesmente pelo temor de sofrer algo acabam gerando ansiedade. Por isso, quanto mais fraca for a memória do medo, melhor. Pesquisadores americanos constataram que, diminuindo a atividade de uma rede neuronal específica, as lembranças tornam-se bem mais atenuadas. “Agora pensamos na criação de remédios que reduzam a atividade desses neurônios”, disse à ISTOÉ Denis Paré, um dos autores do trabalho.

Mais ao alcance da mão estão os achados que comprovam o benefício do incenso e da espiritualidade no controle do problema. O primeiro foi feito por um time internacional de cientistas e está publicado na edição de maio do jornal da Federação Americana de Sociedades de Biologia Experimental. “Em animais, constatamos que a queima de incenso baixa a ansiedade”, escreveu Raphael Mechoulam, um dos participantes do estudo. Os fatos serão aprofundados para se levantar o mecanismo pelo qual o incenso promove esse efeito. Também nos EUA, professores da Temple University verificaram que mulheres adeptas de algum tipo de religiosidade têm três vezes menos chance de sofrer de ansiedade em comparação com aquelas sem nenhuma crença.

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