Dentre as homenagens prestadas a Vinicius de Moraes (1913-1980), que teria feito 90 anos em outubro de 2003, o especial para tevê assinado pelo jornalista Alex Solnik chamou a atenção ao trazer depoimentos de amigos próximos ao retratado. De Carlinhos
Lyra, um dos primeiros parceiros de Vinicius, a Gilda Mattoso, a última mulher, passando pelo companheiro Toquinho e as afilhadas cantoras Miúcha e Nana Caymmi, Solnik soube captar o toque humano por trás da reverência costumeira quando o assunto é efeméride. Agora, as entrevistas com 15 personalidades chegam ao livro em Garoto de Ipanema – venturas e desventuras de Vinicius de Moraes nos depoimentos de ex-mulheres, parceiros e amigos. E um testamento de próprio punho (Códex, 216 págs., R$ 30).

Cabe destacar, pelo inusitado, os depoimentos do poeta Ferreira Gullar, do arquiteto Oscar Niemeyer, do playboy Jorginho Guinle e do ator Haroldo Costa, protagonista da primeira versão de Orfeu da Conceição, marco do encontro Vinicius–Tom Jobim. A tônica dos testemunhos reforça a trilogia, “bom bebedor, amante de belas mulheres, bom caráter”. Vinicius de Moraes é um homem que demole a máxima rodrigueana de que “toda unanimidade é burra”.