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MODELO O novo Enem teria provas de redação, português, matemática, ciências humanas e naturais

Uma prova feita na mesma data, no País inteiro, para todos os cursos, em qualquer instituição de ensino superior. Esta foi a proposta apresentada pelo Ministério da Educação (MEC), na semana passada, para substituir o atual modelo de seleção das universidades. Seria um teste único, um Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em novo formato. Em vez da enorme quantidade de questões que caracterizam os vestibulares, o novo Enem seria formado por uma prova de redação e quatro de múltipla escolha – português, matemática, ciências humanas e ciências naturais.

O objetivo do MEC é modificar uma situação maléfica, segundo diversos educadores: o efeito negativo que o vestibular exerce no ensino brasileiro ao privilegiar o aprendizado baseado na memória de dados em detrimento do pensamento crítico. Este é exatamente o ponto forte do Enem. A ideia é manter esse espírito, mas também reforçar a avaliação de conteúdo do exame.

A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) considerou a proposta bem-vinda.

"Hoje o aprendizado nas escolas está voltado para o treinamento para o vestibular", diz a professora Malvina Tuttman, reitora da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), que esteve presente à reunião com o MEC na semana passada. "Se conseguirmos mudar isso, poderemos inverter a lógica do ensino médio, pois o Enem tem um objetivo pedagógico", diz ela. Na Unirio, hoje, metade dos alunos é selecionada pelo vestibular e metade pelo atual Enem.

A proposta também tem críticos. Para o professor Henrique Garcia Sobreira, coordenador do programa de pós-graduação em educação, cultura e comunicação da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), é um equívoco pensar que um teste de seleção para as universidades possa ser usado também como parâmetro de avaliação do ensino médio. Para ele, o efeito do novo Enem seria ainda pior do que o do vestibular.i104310.jpg

"Vamos matar o terceiro ano do ensino médio", diz ele. "O primeiro semestre será usado como forma de preparação para o Enem, e o segundo será esvaziado, pois os alunos já saberão se foram ou não aceitos nas universidades." Um dos pontos comemorados por candidatos é o fato de poder fazer a prova em qualquer lugar e concorrer para os melhores cursos do País. Segundo a proposta, as pontuações mais altas darão direito a escolher as melhores faculdades. Também está sendo estudada a possibilidade de as universidades fazerem uma segunda etapa de provas – nesse caso, completamente diferentes -, para testar conhecimentos específicos.

"Vamos matar o terceiro ano do ensino médio", diz ele. "O primeiro semestre será usado como forma de preparação para o Enem, e o segundo será esvaziado, pois os alunos já saberão se foram ou não aceitos nas universidades." Um dos pontos comemorados por candidatos é o fato de poder fazer a prova em qualquer lugar e concorrer para os melhores cursos do País. Segundo a proposta, as pontuações mais altas darão direito a escolher as melhores faculdades. Também está sendo estudada a possibilidade de as universidades fazerem uma segunda etapa de provas – nesse caso, completamente diferentes -, para testar conhecimentos específicos.