Confira o vídeo:

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SAIU DO PAPEL
A professora doutora Lucélia Rodrigues nas obras da
Nottingham House em Madri, construída por seus estudantes

 

A partir de 2016, as edificações erguidas no Reino Unido deverão ter emissão zero de carbono. Para atingir a meta, os britânicos têm muito que aprender sobre construção sustentável. Algumas lições estão sendo desenvolvidas e ministradas em sala de aula pela arquiteta paulistana Lucélia Taranto Rodrigues.

Formada pela Universidade Mackenzie em 1999, ela passou a se interessar por sustentabilidade na empresa em que trabalhou nos cinco anos seguintes. “Veio a vontade de fazer pós em arquitetura sustentável, mas não havia oportunidades no Brasil. Os melhores cursos eram na Inglaterra e na Alemanha”, diz Lucélia. Sem ter como pagar mais de mil libras por mês, procurou o Chevening, programa de bolsas do governo britânico. Entre dois mil inscritos da América Latina, ela ficou entre os 35 aprovados e foi para a Universidade de Nottingham.

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PASSO ADIANTE
Mais do que apenas uma casa, a Nottingham House foi projetada para
facilitar a construção de uma comunidade sustentável

 

“O interesse em sustentabilidade me ajudou a obter a vaga.” Certamente, seu conhecimento de inglês não foi decisivo. Ela lembra que, numa das primeiras aulas, uma palavra era frequentemente dita pelo professor. De volta ao alojamento onde morava, descobriu no dicionário que “heat” significa calor. Aprendeu rapidamente, seguiu o mestrado e, como trabalho de conclusão, desenvolveu uma casa. O projeto foi tão bem recebido que uma empresa resolveu bancar a concretização da ideia. Nascia a casa que integrou o projeto de energia criativa da universidade. Foi o passaporte para que Lucélia fizesse o doutorado ali. O resultado: mais uma casa. De novo, o trabalho atraiu empresas interessadas em tirá-lo do papel.

Já corria o ano de 2008, e a volta ao Brasil teve de ser adiada: a Universidade de Nottingham abriu uma vaga para professor. E ela deixou os concorrentes para trás. É a partir das salas de aula que ela ajudará os britânicos a cumprir a lei em 2016. Hoje, ainda não é possível construir com emissão zero de carbono. “Sempre há alguma. Mas a conta tem de contemplar a vida útil do imóvel, o desenho e a escolha de materiais”, ensina Lucélia. As aulas de arquitetura sustentável jamais poderão abrir mão da matemática.

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