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Eleito pela revista inglesa “Art Review” o mais influente profissional do mundo da arte em 2009, o curador suíço Hans Ulrich Obrist esteve no Brasil para lançar o terceiro volume de sua coletânea “Entrevistas”, pela editora Cobogó. O livro reproduz suas conversas com diferentes profissionais da arte, da literatura e do cinema, como o filósofo alemão Hans-Georg Gadamer, o escritor J. G. Ballard, o artista plástico e videomaker albanês Anri Sala, a cineasta Agnès Varda e a artista plástica Louise Bourgeois.

Por que escolheu o formato de entrevista para escrever sobre arte?
Quando eu era estudante, iniciei várias conversações com artistas. A partir disso, comecei meu trabalho de curador, que é basicamente um trabalho que envolve conversas e troca de ideias. Comecei a gravar essas conversas em 1991, dentro de um programa chamado Museum
in Progress, em Viena, que visava à renovação dos espaços expositivos, ocupando veículos da mídia, principalmente a televisão. As primeiras entrevistas foram com Félix González-Torres e Vito Acconci. Tenho um arquivo com duas mil horas de entrevistas.

Realizará entrevistas com artistas brasileiros?
Sempre que venho ao País entrevisto diferentes artistas e visito ateliês. Entrevistei pessoas visionárias, como José Celso Martinez, para saber das conexões entre teatro, arte e arquitetura. Entrevistei Caetano Veloso e artistas como Cildo Meireles e Lygia Pape e o curador Walter Zanini, um pioneiro. Uma das minhas últimas entrevistas foi com o Ernesto Neto, durante um voo entre Londres e Espanha. Estou fazendo uma pesquisa sobre essa nova geração de artistas extraordinários que o Brasil tem.

O que o título de pessoa mais influente do mundo da arte significou para você?
Tenho apenas 20 anos de experiência curatorial, o que considero uma maratona, mas ainda estou no início. Ainda tenho muitos projetos inacabados e outros que não realizei. Não quero olhar para trás, quero olhar para o futuro. Vejo a arte como uma coisa utilitária, que nos ajuda a ter inspiração no dia a dia. Sobre a questão da lista ela só tem validade se meu trabalho for reconhecido como algo útil, inspirador. O trabalho de curadoria deve construir pontes entre os artistas, o público e a criação de novas experiências.

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BRASIL
Curador pesquisa nova geração de
artistas brasileiros para novo livro