Assista ao trailer do filme "Atração Perigosa":

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Astros da época de ouro de Hollywood se comportavam como divas: se encerravam nos trailers da produção e só quando toda a parafernália estava pronta entravam em cena. Eram atores, ou melhor, estrelas – e ponto final. De uns tempos para cá, o cenário tem mudado. Além de não receberem as mesmas regalias do passado, os intérpretes de hoje são mais participativos e, assim, terminam por aprender rápido o bê-á-bá da realização cinematográfica. Não apenas colaboram para a eficiência de uma atividade cara e computada no relógio como, algumas vezes, tornam-se, eles próprios, diretores de filmes. O fenômeno não é novo e já fez grandes cineastas, como Clint Eastwood, e outros nem tanto, caso de Robert Redford e de Mel Gibson. A nova geração, contudo, é mais rebelde. Insatisfeita com o cinema infantilizado e perdido em efeitos especiais, decidiu pôr a mão na massa. Nas últimas semanas, dois desses astros ganharam destaque. O primeiro é Ben Affleck, que nunca recebeu elogios superlativos pela atuação, mas a cada filme vem angariando mais aplausos como cineasta. Ele estreou com sucesso nos EUA o seu segundo trabalho, “Atração Perigosa” (lançamento no Brasil na sexta-feira 29), drama policial sobre o “negócio” dos assaltos a bancos na cidade de Boston. A outra estrela que decidiu mudar para o lado das câmeras (provisoriamente, claro) é Angelina Jolie. Mas aqui não existe novidade na direção dos holofotes, já que qualquer coisa que a atriz faz é motivo de alvoroço.

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VIOLÊNCIA
Jeremy Renner interpreta um ladrão de bancos
em “Atração Perigosa”, de Aflleck

 

Foi o que aconteceu quando Angelina desembarcou no início do mês em Budapeste, na Hungria, com quatro de seus seis filhos e um calhamaço nas mãos – era o roteiro de seu primeiro filme, ainda sem título, que ela está rodando no país. A história escrita pela própria atriz trata do relacionamento entre um soldado sérvio e uma refugiada bósnia durante a ocupação de Sarajevo (1992-1995). Não é isso que pensa o governo bósnio, que, pressionado por uma associação de mulheres vítimas do conflito, tentou anular a permissão de filmagem de cenas em seu território por suspeitar que a história vai, ao final, narrar um caso de violação de uma mulher muçulmana por um militar cristão ortodoxo. No meio do turbilhão, Angelina tentou acalmar os ânimos com o sorriso de pacificadora: “O filme é uma história de amor, não um panfleto político.”

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BARULHO
O filme de Angelina Jolie já causa reações
por tratar da guerra étnica na Bósnia

 

Temor diferente, mas por parte dos produtores, pairou sobre o longa de Ben Affleck, pelo fato de a história ser policial e, mais uma vez, ser ambientada em Boston – o primeiro, “Medo da Verdade”, teve problemas de lançamento e foi mal na bilheteria por tratar de um caso semelhante ao da garotinha Madeleine, que desapareceu inexplicavelmente em Portugal. Não é o que acontece com “Atração Perigosa”, que estreou em primeiro lugar nas bilheterias e há um mês tem o maior faturamento nos EUA, com renda total de US$ 80 milhões. A razão do sucesso está na segurança com que Affleck conduz a trama, sobre um assaltante de bancos que se apaixona pela gerente da agência que sua gangue faz refém. Desta vez o próprio Affleck quis interpretar o protagonista – e acabou recebendo também elogios por sua atuação.

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