O governador de São Paulo, José Serra, que já foi feirante na infância, criou um pepino: banana, em Sampa, só por quilo. A lei deverá entrar em vigor na semana que vem e atende à reivindicação dos produtores: eles alegam que perdem anualmente cerca de R$ 90 milhões porque vendem aos comerciantes o produto por caixa, sendo que em cada uma delas vão 33 quilos, mas só recebem o equivalente a 20. O abacaxi de Serra é com os feirantes e os consumidores. Gritam, os feirantes, que na verdade eles não adquirem a banana por quilo e sim por dúzia. Mais: acham que a escolha por dúzia é tão tradicional que, agora, feirante e dona-decasa podem criar o maior barraco nas barracas de bananas – em outras palavras, vai ser o maior fim de feira, vai embananar tudo porque os cachos estão dando o maior galho. Se é para comprar por quilo, o vendedor terá de deixar todas as bananas soltinhas porque o cacho pesa muito. Mais ainda: se a balança acusar que falta pouco para completar o quilo ou que dele passou, como se faz? Leva-se meia banana a mais ou a menos como contrapeso? Para o bolso do pobre a medida é ruim: "Para quem ganha pouco, fazer o controle do quanto está gastando por unidade faz toda a diferença", diz o economista da FGV André Braz. Serra faria melhor se não alterasse as relações do feirante com o consumidor e observasse a velha liberdade do mercado. Cada macaco no seu galho deveria ser uma regra da economia.