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A escassez de combustível em um de cada seis postos de gasolina, uma forte mobilização estudantil, com direito a alguns distúrbios, e perturbações no tráfego aéreo marcavam nesta terça-feira (19) o início da sexta jornada de greves e protestos contra a reforma da aposentadoria na França.
Mais de 2.500 postos de gasolina, dos 12.500 de todo o país, estavam sem combustível, no oitavo dia de greve nas 12 refinarias da França, segundo fontes do setor petroleiro.
O dia é chave na luta dos sindicatos contra o projeto do presidente conservador Nicolas Sarkozy de elevar de 60 a 62 anos a idade mínima para aposentadoria, e de 65 a 67 anos a idade para receber pensão completa.
O movimento de protesto, que ganhou a adesão do ensino secundário, foi ofuscado no início da manhã por distúrbios diante de um colégio em Nanterre, subúrbio da zona noroeste de Paris, onde 200 jovens encapuzados – que não estudam na escola – lançaram objetos e bombas de fumaça contra os policiais e incendiaram um veículo.
Uma jovem de 15 anos ficou ferida após a explosão de uma motocicleta perto de um contêiner de lixo diante de seu colégio na zona sul da capital. A polícia dispersou 300 estudantes secundários da Praça da República, no centro de Paris. Dez das 83 universidades do país estavam bloqueadas, segundo a União Nacional de Estudantes de França (UNEF).

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A atividade em 379 colégios secundários estava prejudicada, segundo o ministério da Educação. A Federação Independente e Democrática de Liceus (FIDL), segunda maior organização do setor, calcula em 1.200 o número de colégios envolvidos nos protestos.
Mais de 260 manifestações foram convocadas em todo o país pelos sindicatos, que na terça-feira passada levaram às ruas 3,5 milhões de pessoas – 1,2 milhão, segundo o governo -, um recorde de participação.
O tráfego ferroviário também está prejudicado, com o funcionamento de seis trens de grande velocidade em cada 10. Em Paris, o metrô estava em ritmo praticamente normal, mas duas linhas de trens suburbanos registraram problemas. No aeroporto parisiense de Orly, 50% dos voos foram cancelados. No Charles de Gaulle, o índice era de 30%.
Os caminhoneiros, que se uniram aos protestos na noite de domingo, executam "operações tartaruga" em alguns pontos do país, onde grupos de manifestantes bloqueavam a entrada de fábricas, áreas industriais, depósitos de combustível ou aeroportos, como em Bordeaux. A greve também afeta os serviços de correios, telecomunicações, educação, o setor audiovisual público e outros setores privados, como a coleta de lixo em algumas cidades.
O líder do Novo Partido Anticapitalista (NPA), Olivier Besancenot, afirmou que este "provavelmente será um dia histórico". A mobilização tem o apoio de 71% dos franceses, segundo as pesquisas. A principal manifestação, na capital, terá início às 13h30 (9h30 de Brasília) na Praça d’Italie e seguirá rumo à Esplanada dos Inválidos.

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Contra-ataque
O presidente francês Nicolas Sarkozy anunciou nesta terça-feira que tomará medidas contra o bloqueio de refinarias e para garantir a ordem. "Compreendo a preocupação. Em uma democracia, cada um pode expressar-se, mas deve fazê-lo sem violência, nem excessos", afirmou Sarkozy à imprensa, em Deauville, norte da França, ao final de uma cúpula com a Alemanha e a Rússia.
O presidente conservador francês antecipou que, quando voltar a Paris, manterá uma reunião para desbloquear uma série de situações. Também advertiu sobre a presença de arruaceiros nas manifestações.
Mais de 2.500 postos de gasolina, dos 12.500 de todo o país, estavam sem combustível, no oitavo dia de greve nas 12 refinarias da França, segundo fontes do setor petroleiro.


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