O presidente do Chile, Sebastián Piñera, se comprometeu nesta segunda-feira (18) a ratificar o convênio sobre segurança e saúde das minas da Organização Internacional do Trabalho (OIT), menos de uma semana depois do resgate de 33 mineiros soterrados na região do Atacama.
"O Chile tem ratificado todos os convênios da OIT, e este é um dos que vamos ratificar", declarou Piñera em entrevista ao canal britânico BBC, no terceiro dia de sua visita de trabalho ao Reino Unido.
O convênio, que data de 1995, define as práticas de segurança nas minas e permite aos trabalhadores denunciar as condições de segurança sem medo de perder o emprego. Já foi ratificado por 20 países, mas o Chile ainda não está na lista.
Piñera insistiu que seu governo, que assumiu o poder em março, está trabalhando para melhorar a segurança nas minas.
"Se queremos virar um país desenvolvido, precisamos assumir parâmetros de primeiro mundo e vamos fazer isto nos próximos 90 dias", declarou Piñera durante uma entrevista ao vivo de 30 minutos no Skinner’s Hall de Londres.
"O que estamos fazendo é pedir aos trabalhadores que falem quando houver algum problema de segurança, e também pedir a nossos empresários que sejam muito mais conscientes dos problemas", completou Piñera.
"Mas isto não é suficiente, o governo tem a responsabilidade, não apenas de estabelecer estes critérios, mas também de garantir que estes critérios sejam aplicados na prática".
Piñera, até semana passada pouco conhecido fora da América Latina, tornou-se uma figura de destaque na imprensa mundial depois do resgate dos mineiros que passaram 69 dias presos a quase 700 metros de profundidade na mina de San José, no deserto do Atacama, exibido ao vivo por canais de televisão de todo o planeta.
"Não podemos garantir que não teremos acidentes no futuro, mas podemos garantir que faremos todo o necessário para ter uma indústria de mineração mais segura", prometeu o presidente.