Para quem nunca a viu antes a combinação é explosiva. Descalça, olhar penetrante, cabelos como uma juba e o corpo adornado por adereços exóticos, Badi Assad ocupa todo o palco, ruge, ronrona, canta, dança, toca violão e percussão, compõe e ainda por cima é bonita. Recém-chegada dos Estados Unidos, onde passou quatro anos, a paulista de São João da Boa Vista, irmã mais nova dos violonistas eruditos Sérgio e Odair, que formam o respeitado Duo Assad, celebra a volta com Verde, sexto álbum de uma carreira invejável. Depois de incorporar à sua música as invenções de Hermeto Pascoal, Grupo Uakti e Yma Sumac, Badi investe no talento de intérprete. Das 16 músicas do disco, apenas cinco são suas. Reinventa, entre outras, Bachelorette, de Björk, Bom dia tristeza, parceria única entre Adoniran Barbosa e Vinicius de Moraes, One, do U2, e Cheguei meu povo, de mestre Walter, com o grupo Cordel do Fogo Encantado. A seu lado, o violinista Toquinho, os percussionistas Naná Vasconcelos e Simone Soul e um time de músicos de primeira, capitaneados pelo baixista e produtor Rodolfo Stroeter, garantem a excelência do projeto.