Metapolis (Teatro Alfa, São Paulo, dias 17, 18 e 19) – Partidário das fusões e quebra dos limites
da arte, o coreógrafo belga Frédéric Flamand se une mais uma vez a um arquiteto no novo espetáculo da companhia Charleroi-danses/ Plan K. Depois do francês Jean Nouvel, agora quem assina a “arquitetura cênica” é a inglesa de origem iraquiana Zara Hadid. Autora de projetos marcados pela leveza e pela fluidez à maneira da escrita árabe, Zara usa luzes e elementos móveis para que o espaço à volta dos 12 bailarinos literalmente dance. Não se trata apenas de um exibicionismo tecnológico. Já conhecida do público brasileiro, a companhia belga é também dona de uma técnica admirável. (Ivan Claudio)

Discos

Up at the lake, com The Charlatans – Surgido no final dos anos 1980, o grupo inglês foi o responsável pela volta do rock à cena musical de Manchester. Perplexa diante da nascente música techno e cegada pelo excesso de rímel utilizado pelas bandas da década anterior, a molecada caiu de joelhos diante da simplicidade proposta por Tim Burgess nos vocais, Martin Blunt no baixo, Jon Brooker na bateria, Rob Collins nos teclados e, especialmente, o guitarrista Mark Collins, que reinventou a guitarra-base. Em seu 10º álbum, o grupo lembra Bob Dylan em Feel the pressure – com citação de Simpathy for the devil e Beast of burden, dos Rolling Stones – e soa sincero tanto em baladas como Cry yourself to sleep como na sacudida Bona fide treasure. A faixa-título credencia The Charlatans como uma espécie de Strokes primal. (Luiz Chagas)

Televisão

Stripperella (Multishow, sábado às 23h) – Com assinatura de Stan Lee – o traço por trás de Homem-aranha e X-men, entre outros –, a série animada narra as aventuras de Erotica Jones, stripper de Los Angeles que diante do perigo se transforma na heroína lasciva, de curvas provocantes, criada à imagem e semelhança da atriz canadense Pamela Anderson (de S.O.S. Malibu), dubladora da personagem. Apesar da embalagem erótica, há pouca ousadia na animação pretensamente
adulta. Stripperella enfrenta vilões extravagantes e conta
com artefatos como um piercing vibratório, um detector de mentiras nos seios e um batom-laser. Também usa os cabelos como pára-quedas. É bobagem pura, um pastiche pop que parodia os filmes de James Bond até no codinome da personagem, que também atende pelo codinome 0069. (Celso Fonseca)

Arte 

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III mostra do programa de exposições 2004 (Centro Cultural São Paulo, São Paulo) – Além dos veteranos Paulo Pasta, Dudi Maia Rosa e Rosângela Rennó, a coletiva traz trabalhos de sete novos artistas, numa seleção criteriosa que merece uma visita. O paulista Rodrigo Matheus discute a paranóia atual ao dispor objetos emblemáticos como uma câmara de vigia, um monitor com a imagem de uma mansão, um sinalizador de topo de prédios e um logotipo de empresa de segurança. Numa trama de elásticos brancos, a também paulista Amalia Giacomini deforma o espaço de maneira meticulosa, a meio caminho da escultura. Já o fluminense Felipe Barbosa chega a resultados pictóricos bastante interessantes no painel Bola, feito de gomos coloridos de bolas de futebol. (Ivan Claudio)


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