Há alguns anos, fãs brasileiros de música eletrônica que quisessem assistir num festival a DJs consagrados como o americano Jeff Mills e o francês Laurent Garnier teriam de voar até cidades como Londres, Barcelona ou Berlim. Agora não precisam mais. O Brasil entrou de vez para o calendário internacional dos grandes eventos do gênero. Sim, os principais DJs do mundo caíram de amores pelas pistas brazucas, e nomes nacionais como Renato Cohen são presença garantida em qualquer megafestival, seja aqui, seja na Europa.

Não é à toa, portanto, que um evento que faz sucesso lá fora tinha de aportar no País. Na semana passada, foi lançada a versão brasileira do Sonarsound, festival nascido na Espanha que mescla música e arte multimídia. Em quatro dias de agito (a festa termina no domingo 12), a organização esperava reunir 30 mil pessoas. Chamarizes não faltaram. A programação foi dividida em eventos diurnos (como exposições) e noturnos (a balada em si). Com projetos como esse, a Nokia, patrocinadora do festival, espera aproximar a moçada da marca. “Uma pesquisa de mercado apontou que o jovem brasileiro se interessa por novas formas de tecnologia, arte digital e música eletrônica”, conta a gerente de marketing Wal Flor. Prova disso foi o primeiro evento que a empresa bancou. No início do ano, no Rio de Janeiro, o DJ inglês Fatboy Slim atraiu 200 mil pessoas, o maior público de um evento de música eletrônica no mundo.

Se São Paulo e Rio de Janeiro já estão mais do que iniciados no gênero,
a capital federal é uma bela promessa. No final do mês acontece o
Brasília Music Festival (BMF) Eletronic, que terá 100 DJs em seis palcos.
Os organizadores estimam receber 60 mil pessoas. A idéia de investir nesse
público surgiu em 2003, quando foi realizado o primeiro BMF (mais pop). “Uma das atrações foi o palco de música eletrônica, que reuniu dez mil jovens”, diz Rafael Reifman, da RR Produções, responsável pelo evento. A popularização da cena eletrônica e o culto ao DJ – figura cada vez mais celebrizada – mostram que o Brasil abraçou o bate-estaca. Um dos mais famosos festivais do estilo no País, o Skol Beats chegou este ano à sua quinta edição reunindo 50 mil pessoas em São Paulo (30% delas vindas de outros Estados). Com tudo isso, novas tribos pipocaram na noite, além dos adolescentes de cabelos coloridos, tatuagens e piercings. Há subdivisões que incluem a turma GLS e até as patricinhas. De qualquer modo, todos eles querem a mesma coisa: diversão.