Um novo olhar sobre uma das  mais tradicionais grifes do mundo chamou a atenção na semana de moda de Nova York, que se encerra na quarta-feira 15. Na noite de abertura, na terça-feira 7, a francesa Lacoste mostrou sua disposição em renovar a imagem, sem perder as raízes, no amplo espaço do The Waterfront, um antigo galpão do Chelsea, bairro descolado da cidade. Sob o comando do estilista Christophe Lemaire, a passarela foi tomada por uma profusão de cores cítricas para o feminino e mais sóbrias para os homens. Camisas, tops, jaquetas e vestidos com a marca do jacaré ganharam mais jovialidade. As conhecidíssimas camisetas pólo não perderam o espaço, mas foram repaginadas com corte mais próximo ao corpo e comprimento mais curto. Na medida exata. Tudo muito alegre, descontraído e, ao mesmo tempo, chique. Nada que superasse, porém, a elegância informal da linha masculina em tons de sépia, criada por Lemaire a partir de fotografias de circuitos de tênis nos anos 30. À época, o nome de René Lacoste – fundador da marca – começava a ficar mais conhecido ainda fora das quadras. Primeiro tenista a derrotar os americanos na Copa Davis, em 1927, Lacoste repetiu a façanha no ano seguinte usando um blazer – sim, usava-se blazer para jogar tênis.

No Brasil desde 1978, a Lacoste é licenciada e produzida pela Paramount Têxtil, cujo presidente, Fuad Mattar, pai do tenista Luiz Mattar, bateu muita bolinha com René Lacoste, morto em 1996. Neto do fundador e diretor de relações internacionais da grife, Philippe Lacoste lembra que essa proximidade influencia no dia-a-dia da empresa, pois trata-se de um relacionamento na base da confiança. “Somos todos vinculados ao tênis, até o estilista”, diz. Porém, Lacoste reconhece que a renovação da grife ainda não chegou às prateleiras nacionais. “Agora que a economia está estável, vamos aproximar as opções das oferecidas internacionalmente”, promete.