Eles sempre foram considerados os melhores amigos do homem. Agora, tudo indica que a coisa se inverteu: São os donos de cachorros que parecem não mais desgrudar das coleiras de seus animais. Eles estão por todo lado, em festas, desfiles e vernissages. Na Europa e nos Estados Unidos, o fenômeno já tem nome: fashion dogs. A onda entre ricos e famosos é enfeitar os cães com acessórios à altura de seu status. O movimento ganhou cinco páginas na última edição da revista Elle italiana. Encabeçam o rol das “fashion dog victims” os atores Adrien Brody, Jim Carrie e Portia De Rossi (do seriado Ally McBeal), o presidente George W. Bush – que leva os parceiros Barney e Spot até aos compromissos de campanha – e as modelos Ana Claudia Michels e Gisele Bündchen. A yorkshire Vida, de Gisele, figura na lista dos cãezinhos mais fotografados, perdendo apenas para o destrambelhado Yoda, o chihuahua da estilista Yana Syrkin, dona da grife Fifi & Romeo, provavelmente a principal culpada pela febre.

Localizada no coração de Beverly Hills, em Los Angeles, a Fifi & Romeo foi inaugurada em 2000 graças a um resfriado do pequeno Yoda. Yana trabalhava como figurinista do seriado Ally McBeal e desenhou um suéter de cashemere  para agasalhar o cãozinho. “O sucesso da peça foi tão grande que resolvi abrir a loja”, conta a estilista. Atualmente, seus produtos custam entre US$ 300 e US$ 450, dependendo do tamanho. Além das roupinhas, cresce a oferta de serviços oferecidos aos bichinhos. Em Madri, a onda são as “peluquerias ambulantes”, cabeleireiros de cachorros que atendem em domicílio. “Começamos há três anos, para atender aqueles que não podiam trazer os animais à loja. Hoje, cortamos muito mais nas casas dos clientes do que aqui”, conta Henrique Terez, proprietário da peluqueria Vergara.

Para dar um trato no visual do seu cão, a atriz Pamela Anderson prefere levá-lo ao spa canino Las Ventanas al Paraiso, em Cabo San Lucas, no México. A diária custa US$ 1,5 mil e inclui banho de hidromassagem e refeições servidas em cumbucas de ouro com pedras preciosas. A cantora Britney Spears, por sua vez, não desgruda da pequena Lacy Loo momentos antes de seus shows. Para isso, usa bolsas desenhadas especialmente para cachorros. No Brasil, a moda também pegou. Bolsas semelhantes são ícones das grifes Louis Vuitton (R$ 4,8 mil) e Christian
Dior (R$ 7,2 mil), que também assinam guias para cães e gatos (R$ 1,2 mil na Dior) e coleiras (R$ 705 na Louis Vuitton). Até a badalada butique Daslu, de São Paulo, lançou uma coleção de roupas e acessórios para pets. Entre as novidades da Daslulu, como foi batizada a coleção, estão pequenas camas acolchoadas (R$ 190) e brinquedinhos a partir de R$ 35. Já a grife Club Chocolate investe em roupinhas, bonés (R$ 26) e capas de chuva (R$ 48).

Para completar a lista de frufrus, uma nova linha de produtos de beleza – com xampus tonalizantes, esmaltes, corretivos e perfumes personalizados – acaba de ser lançada pela Pet Society em noite de gala em São Paulo. “Estava na hora de esses animais ganharem um evento à altura”, diz Marly Fagliari, vice-presidente de marketing da marca e organizadora da Pet Society Fashion Night. Lá, foram apresentadas as Soft Clows, protetores de unhas para cães e gatos que evitam arranhões e custam em média R$ 40. Feitos de vinil, devem ser colados às unhas pelo veterinário e duram até quatro semanas. Também em São Paulo, o Au Pet Store oferece coleções de móveis criados especialmente para os bichinhos. As camas, por exemplo, são feitas de acrílico e inox, acolchoadas com espuma de silicone e revestidas com pelúcia ou veludo. Dormir em um desses mimos custa a partir de R$ 900. Já as casinhas não saem por menos de R$ 1,2 mil. Quem é mesmo o amigo de quem?