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O resgate aos 33 mineiros presos sob cerca de 700 m de profundidade da superfície do deserto de Atacama, no Chile, foi destaque nos jornais do mundo todo nesta quarta-feira. A operação, marcada para as 0h desta quarta, pode durar entre 24 e 48 horas. Até as 14h, 17 mineiros haviam sido resgatados.
Os mineiros ficaram presos no dia 5 de agosto, após um desmoronamento na mina San José, em Copiapó. Após 17 dias, as equipes de resgate conseguiram contato com o grupo e descobriram que estavam todos vivos por meio de um bilhete enviado à superfície. A operação para retirá-los da mina em segurança, então, começou. A escavação do duto que alcançou os mineiros durou 33 dias. O processo terminou no sábado, quando os martelos das perfuradoras chegaram até o abrigo onde eles estão. Os trabalhadores estão sendo içados dentro da cápsula Fênix II, que tem 53 cm de diâmetro.

New York Times
O assunto é capa da edição impressa do jornal norte-americano desta quarta-feira, que acompanha, pelo portal, cada minuto do resgate aos mineiros. Além da emoção de cada um junto a familiares ao sair do soterramento, o NYT destaca o trabalho de salvamento desempenhado no Chile nos últimos 33 dias e cita o resgate da missão espacial da nave Apollo 13, como comparação ao evento no Chile.

Le monde
Na seção Internacional do jornal francês a foto de chilenos comemorando o início do resgate aos mineiros toma conta de quase toda a página. Maria Segovia, mulher do mineiro Dario Segovia, participa da comemoração, junto à equipe de salvamento e familiares de outros mineiros. O Le Monde enfatiza a reação das pessoas que aguardavam o início dos trabalhos e se emocionaram ao anúncio do Ministro de Minas, o chileno Laurence Golborne, de que às 0h de quarta-feira os mineiros começariam a ser retirados do soterramento. No portal do jornal, os destaques são para cada novidade da operação.

El País
Com o título: "Están naciendo 33 hombres", a edição impressa do jornal espanhol, desta quarta-feira, chama a atenção ao orgulho à braveza dos sobreviventes e dos engenheiros que trabalham no resgate dos 33 mineiros. O jornal destaca que todos os mineiros disseram não se importar em ser o último a ser resgatado e ofereceram aos colegas a chance de ir primeiro, o que mostra a "irmandade" entre os chilenos, segundo o jornal. Na reportagem, o El País critica as condições de segurança em que os mineiros trabalham.

The Guardian
"O mundo e 2 mil repórteres aguardam os mineiros chilenos". Com esta chamada, o jornal britânico noticia o resgate aos mineiros que estão desde o dia 5 de agosto soterrados na mina San José, no Chile. O recorte feito pelo jornal inglês retrata a espera e expectativa de familiares, jornalistas e da equipe de salvamento para que a operação consiga retirar os 33 homens com sucesso. The Guardian destaca a presença de canais de televisão de todo o mundo para acompanhar o resgate.

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Clarín
Mais próximo do país em que a história de 33 mineiros tomou conta dos noticiários do mundo, o jornal argentino narra o estado em que quatro primeiros mineiros saíram do soterramento. O nervosismo e a emoção da família e parentes conduzem a reportagem que foi capa na edição impressa desta quarta-feira. Além disso, o jornal expõe a história de vida de cada mineiro preso no desmoronamento com detalhes emocionados contados pelas pessoas que aguardam o resgate.

Evo Morales

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O presidente da Bolívia, Evo Morales, chegou nesta quarta-feira à cidade de Copiapó, no norte do Chile, próxima à mina San José, de onde foi resgatado nesta quarta-feira o operador de máquinas boliviano, 23 anos, Carlos Mamani, um dos 33 mineiros presos desde 5 de agosto.
Quando Mamani saiu do poço, Piñera o esperava com uma bandeira boliviana, e lhe deu um forte abraço. O mineiro ergueu então uma bandeira chilena assinada por todos os seus 32 colegas. Ele era o único estrangeiro do grupo. Logo depois, Morales chegou ao local e o cumprimentou no hospital de campanha nas instalações da mina, tendo Piñera ao lado.
"Em nome do governo nacional, não sei como agradecer este esforço. Será histórico, inédito e inesquecível para o povo boliviano resgatar com vida tantos mineiros e o companheiro irmão Carlos", disse Morales à Televisão Nacional de Chile.
Morales desembarcou no aeroporto de Copiapó, 800 km a norte de Santiago, distante 45 km da mina San José. O líder boliviano foi recebido pelo chanceler chileno, Alfredo Moreno, que destacou que a visita "é um símbolo da irmandade" que devem "ter os dois países".
Mamani, 23 anos, casado e pai de uma menina de um ano, único estrangeiro entre os 33 mineiros, foi o quarto retirado do fundo da mina San José, depois de 69 dias. Morales confirmou que oferecerá repatriar Mamani e sua família. "É nossa obrigação garantir um trabalho e todos os benefícios sociais ao companheiro Mamani", destacou.
"Estes acontecimentos nos unem (…), nos fortalecem e criam confiança entre o povo e entre os presidentes", acrescentou Morales. As relações diplomáticas entre Bolívia e Chile estão abaladas desde março de 1978.

Pedido de casamento
Já era dia claro no deserto de Atacama quando Claudio Yañez Lagos, 34 anos, voltou à superfície após 70 dias preso a quase 700 metros de profuncidade. Yañez foi o oitavo mineiro a ser resgatado pela cápsula Fênix II da mina San José, em Copiapó, no norte do Chile.
Yáñez, que tem duas filhas e trabalhava há oito meses na mina, deixou a cápsula de resgate às 7h02, depois de sete companheiros. Ele percorreu o túnel de 622 metros de comprimento e 66 centímetros de diâmetro em 12 minutos.
Sua namorada de longa data, Cristina Nunez, o pediu em casamento em uma carta enviada para os mineiros. Ele diz que eles vão se casar assim que ele sair. O casal tem duas filhas. Depois de ver um vídeo de seu noivo, Cristina Nunez disse: "Eles estão muito melhor. Estão contando piadas, cada um tem suas coisas, eles estão bem."

Deus e o diabo
O segundo mineiro retirado da galeria a 700 m de profundidade na mina San José, em Copiapó, é o mineiro Mario Sepúlveda Espinace. O eletricista saiu da cápsula muito emocionado, carregando uma sacola com "presentes" do fundo da mina. "Estive com Deus e com o diabo. Os dois brigaram e Deus venceu", disse ele ao deixar a mina, segundo a BBC Brasil.
"É incrível que a 700 metros de profundidade, e sem nos ver frente a frente, eles conseguiram nos recuperar. Nós fizemos um pouco de nossa parte, um pouco de loucura, esse coração de mineiro que temos, a experiência de trabalhador. Mas todo o resto se deve aos profissionais", disse Sepúlveda.
"Estou muito feliz de estar aqui, nunca tive dúvidas sobre os profissionais que o Chile tem. Nunca duvidei disso. E em termos de fé, sempre tive fé no Criador", afirmou o mineiro, segundo a BBC.
Sepúlveda iniciou sua subida à 0h55 para chegar ao exterior do túnel exatos 14 minutos depois. Depois de presentear alguns socorristas, ele abraçou diversas vezes o presidente Sebastián Piñera, cumprimentou vários membros da equipe de resgate, entoou palavras de ordem e só então foi conduzido pelos paramédicos para o hospital de campanha onde realizaria exames médicos.
Após dar muitas risadas com o presidente e com os diversos funcionários que o receberam, Sepúlveda puxou a "torcida" presente aos gritos de "Chi, Chi, Chile". Sepúlveda, 39 anos, é casado, pai de dois filhos, e ficou conhecido durante os mais de dois meses de confinamento como um porta-voz nos vídeos enviados pelos mineiros.
Antes de Sepúlveda, Florencio Ávalos, 31 anos, foi o primeiro homem retirado das profundezas da mina. O resgate foi concluído às 0h10 desta quinta-feira, após 15 minutos de operação. Na sequência serão resgatados Juan Illanes Palma e o boliviano Carlos Mamani.
Ávalos, casado e com dois filhos, é o capataz da mina e segundo em hierarquia depois do chefe de turno, Luis Urzúa. Não gosta de aparecer e trabalhou gravando a maioria dos vídeos difundidos do interior da mina. Estão presos com Florencio seu irmão Renán e o cunhado Osman Araya.
A operação de resgate começou efetivamente às 23h20 local (Brasília) de terça-feira, com a descida de Manuel González pelo duto, após Piñera lhe desejar pessoalmente "muito boa sorte" na boca do poço. Os familiares dos mineiros aplaudiram e cantaram o hino nacional quando teve início a descida da cápsula Fenix. Dezesseis minutos depois, a cápsula de resgate chegou ao fundo da mina, e Manuel González foi recebido com abraços e aplausos pelos 33 mineiros.

Desmoronamento

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Em 5 de agosto, um desmoronamento na mina San José, em Copiapó, deixou 33 trabalhadores presos em uma galeria a quase 700 m de profundidade. Após 17 dias, as equipes de resgate conseguiram contato com o grupo e descobriram que estavam todos vivos por meio de um bilhete enviado à superfície. A partir daí, começou a operação para retirá-los da mina em segurança.
A escavação do duto que alcançou os mineiros durou 33 dias. O processo terminou no sábado, quando os martelos das perfuradoras chegaram até o abrigo onde eles estão. Concluída esta etapa, as equipes de resgate decidiram revestir o duto – ainda que parcialmente – para aumentar a segurança antes de retirá-los. A cápsula Fênix, usada para içar os mineiros, tem 53 cm de diâmetro. Durante todo o percurso de subida, eles terão suas condições de saúde monitoradas, usarão tubos de oxigênio e se comunicarão com as equipes da superfície por meio de microfones instalados nos capacetes.


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