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Além de mais de dois meses de clausura a 700 metros debaixo da terra, os 33 mineiros presos pelo desabamento de uma mina em San José, no Chile, enfrentam outro desafio: o que fazer depois do resgate? Se dependesse dos filhos, netos e sobrinhos de muitos deles, os trabalhadores nunca mais voltariam para debaixo da terra. Este é o sentimento das crianças que são familiares das vítimas.

Ansiosos para ver seus pais, avôs ou tios, eles dividem um sentimento comum: não querem que eles voltem a trabalhar no mesmo lugar. Luis Nicolás Galleguillos, neto do perfurador Jorge Galleguillos, se emocionou quando Terra recordou de seu avô, "Quero que nunca mais entre em uma mina, que trabalhe nos carros ou caminhões", disse o pequeno.

Byron Ávalos, 7 anos, é filho de Florencio Ávalos, um dos 33 mineiros."Quero que trabalhe em outra coisa, porque é muito perigoso nas minas. Não quero que aconteça o mesmo". Nicolás e Rocío são netos de Omar Reygadas. Ambos pedem a mesma coisa para o avô: que trabalhe na mina, mas por fora.

"Não quero que continue trabalhando lá dentro. Ele gosta de trabalhar lá e pode haver outro desabamento. Vou dizer que trabalhe fora, na retirada das pedras", disse Nicolás. Já Rócio, disse que vai pedir que seu avô escolha alguma mina que seja mais segura.

Presentes

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Os 33 mineiros presos em San José têm diversos benefícios prometidos para quando deixarem a mina, como viagens ao exterior, um cruzeiro marítimo até a Grécia, uma homenagem do Real Madrid no Santiago Bernabéu e um cheque de 5 milhões de pesos do empresário Leonel Farkas. Agora, a Câmara dos Deputados do Chile quer pedir ao Governo que conceda uma pensão a cada um dos trabalhadores.

"Sem dúvida, na quarta veremos um projeto muito importante, que queremos que seja aprovado por unanimidade e buscará entregar uma pensão a todos os mineiros que serão resgatados", afirmou a presidente da Câmara, Alejandra Sepúlveda.

A parlamentar assegurou que a ideia foi tomada em consenso entre os principais chefes das bancadas partidárias, e por isso o projeto deve ser aprovado. "Irá ser solicitado de forma excepcional, e esperamos apoio na Câmara", disse Sepúlveda.

Desmoronamento

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Em 5 de agosto, um desmoronamento na mina San José, em Copiapó, deixou 33 trabalhadores presos em uma galeria a quase 700 m de profundidade. Após 17 dias, as equipes de resgate conseguiram contato com o grupo e descobriram que estavam todos vivos por meio de um bilhete enviado à superfície. A partir daí, começou a operação para retirá-los da mina em segurança.

A escavação do duto que alcançou os mineiros durou 33 dias. O processo terminou no sábado, quando os martelos das perfuradoras chegaram até o abrigo onde eles estão.

A cápsula Fênix, que será usada para içar os mineiros, tem 53 cm de diâmetro. Todo trajeto de subida durará cerca de 15 minutos, apesar de a operação de saída levar cerca de uma hora para cada mineiro. Durante todo o percurso de subida, eles terão suas condições de saúde monitoradas, usarão tubos de oxigênio e se comunicarão com as equipes da superfície por meio de microfones instalados nos capacetes.


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