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Florencio Avalos, 31 anos, será o primeiro dos 33 mineiros presos sob a terra há 68 dias que será trazido à superfície, seguido de Mario Sepúlveda e do boliviano Carlos Mamani. A lista dos três primeiros mineiros a subir à superfície foi dada à AFP por uma fonte do governo, que pediu para não ser identificada.
Avalos, casado e com dois filhos, é o capataz da mina e segundo em hierarquia depois do chefe de turno, Luis Urzúa. Atuou como cinegrafista na maioria dos vídeos difundidos no interior da mina. Depois sairão Mario Sepúlveda, 39 anos e casado, e o boliviano Carlos Mamani, 23 anos, operador de máquina.

Expectativas

 O ministro da Mineração chileno, Laurence Golborne, afirmou nesta terça-feira que espera terminar o dia com ao menos um mineiro na superfície. Autoridades concederam uma entrevista coletiva sobre as operações de resgate, que pode começar após as 18h.
"Hoje, depois mais de dois meses, vamos iniciar finalmente o resgate. Espera-se que o primeiro mineiro venha à superfície até o último quarto do dia", disse Golborne, rodeado de jornalistas de várias partes do mundo. Laurence Golborne se recusou a divulgar os nomes dos mineiros que serão içados primeiro, mas disse que, se tudo estiver pronto, o resgate pode começar por volta das 18h (a última informação era 20h). De acordo com o ministro, o processo de resgate demorará 48 horas, se não houver nenhum problema.
"Continuamos trabalhando para iniciar o resgate nas últimas horas de hoje. Avançamos muito rápido. Estamos finalizando o sistema de comunicação que permitirá acompanhar o içamento com som e vídeo", explicou o ministro. "Depois que finalizarmos e realizarmos todos os testes deste sistema, começaremos o resgate. O trabalho até agora foi criar condições para a ação. A partir de agora está realmente começando o ciclo de salvamento", acrescentou Golborne.
No momento em que a entrevista era concedida, a perfuradora do chamado Plano C parava de funcionar para que os responsáveis por ela também se preparassem para o resgate. Golborne também informou que o acesso por terra à mina San José será fechado para não complicar eventuais emergências das tarefas de salvamento. Por fim, a autoridade chilena depositou toda confiança no equipamento usado. "É um sistema austríaco especialmente desenhado para a manipulação de pessoas", explicou o ministro.
Na mesma oportunidade, o ministro da Saúde, Jaime Mañalich, explicou que os hospitais de campanha da mina San José e os centros de saúde de Copiapó estão prontos. "E vocês podem escutar os dois helicópteros da Força Aérea que estão chegando neste momento. Eles estarão à disposição do resgate", afirmou, enquanto as aeronaves se aproximavam do acampamento Esperança. "Esperamos que a Lua ofereça uma luminosidade de 30% durante noite, o que favorece a ação dos helicópteros", acrescentou.
Mañalich disse também que há uma previsão de uma forte névoa para as primeiras horas da manhã de quarta, o que poderia prejudicar a operação das aeronaves. Além disso, detalhou o processo de saída de cada um dos mineiros. "Quando a mina ‘entrar em trabalho de parto’ e trouxer um novo mineiro à superfície, uma luz acenderá e uma sirene vai disparar", disse ele, acrescentando que quando isso acontecer não significa que houve algum problema, mas apenas indica que um homem saiu do duto.
De acordo com Mañalich, o contato com os mineiros no hospital será muito limitado e a imprensa não terá acesso ao hospital de campanha montado na mina San José, para onde os resgatados serão levados assim que saírem do duto de quase 700 metros. Ele destacou ainda que os homens retirados não vão esperar seus colegas serem retirados para serem deslocados para o centro de saúde de Copiapó, onde ficarão internados por pelo menos dois dias.

O trabalho da Fênix
As autoridades presentes na coletiva informaram que a cápsula Fênix II será usada no resgate por estar mais preservada do que a Fênix I. Segundo o ministro da saúde, Jaime Mañalich, este equipamento vai subir a uma média de 1 metro por segundo, mas essa velocidade pode duplicar ou triplicar caso seja necessário. E quando saírem, os mineiros poderão dar algumas impressões, se sua condição de saúde for boa, disse o ministro de Minas, Laurence Golborne.

Desmoronamento

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Em 5 de agosto, um desmoronamento na mina San José, em Copiapó, deixou 33 trabalhadores presos em uma galeria a quase 700 m de profundidade. Após 17 dias, as equipes de resgate conseguiram contato com o grupo e descobriram que estavam todos vivos por meio de um bilhete enviado à superfície. A partir daí, começou a operação para retirá-los da mina em segurança.
A escavação do duto que alcançou os mineiros durou 33 dias. O processo terminou no sábado, quando os martelos das perfuradoras chegaram até o abrigo onde eles estão. Concluída esta etapa, as equipes de resgate decidiram revestir o duto – ainda que parcialmente – para aumentar a segurança antes de retirá-los. O içamento estava previsto para começar à 0h de quarta-feira, mas pode ser antecipado para depois das 18h desta terça.
A cápsula Fênix, que será usada para içar os mineiros, tem 53 cm de diâmetro. Todo trajeto de subida durará cerca de 15 minutos, apesar de a operação de saída levar cerca de uma hora para cada mineiro. Durante todo o percurso de subida, eles terão suas condições de saúde monitoradas, usarão tubos de oxigênio e se comunicarão com as equipes da superfície por meio de microfones instalados nos capacetes.