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Liu Xiaobo e sua esposa Liu Xia  

O presidente de Taiwan, Ma Ying-jeou, felicitou o dissidente chinês Liu Xiaobo, que nesta sexta-feira foi agraciado com o Prêmio Nobel da Paz, algo que ele classificou de histórico. "Não se trata apenas de uma honra pessoal para Liu como também de um significado histórico maior para o desenvolvimento dos direitos humanos na China", declarou Ma, em um comunicado.
Liu Xiaobo está preso em uma cadeia chinesa por se opor ao regime.

Críticas
Um importante líder do movimento em favor da democracia na China afirmou nesta sexta-feira que outros militantes mereciam muito mais o Prêmio Nobel da Paz dado a Liu Xiaobo, a quem definiu como um moderado que quer colaborar com o governo chinês.

Wei Jingsheng, que passou cerca de duas décadas na prisão por reclamar democracia para a China, afirmou que Liu sempre foi autorizado a operar livremente e que criticou outros opositores que propunham mudanças mais profundas.

"Em minha opinião, deram o Nobel da Paz a Liu porque ele é diferente da maioria dos opositores. Faz mais gestos de cooperação com o governo e é mais crítico em relação aos outros dissidentes que sofrem", afirmou Wei à AFP em Washington, onde vive exilado.
Apesar de a China denunciar o comitê Nobel, Wei alega que as críticas do governo chinês foram bem moderadas.

Wei disse ainda que há dezenas de milhares de chineses que mereceriam mais o Nobel, incluindo Hu Jia, um advogado de pacientes com aids que se encontra preso; Chen Guangcheng, que denunciou a corrupção na política do "filho único"; e o desaparecido advogado defensor dos direitos humanos, Gao Zhisheng.

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Liu Xiaobo foi agraciado com o Prêmio Nobel da Paz 2010 por sua "longa luta não violenta pelos direitos humanos na China", informou nesta sexta-feira em Oslo o Comitê Nobel, que irritou as autoridades chinesas com sua decisão.

O governo chinês declarou que a escolha de Liu "viola" a integridade do Prêmio Nobel da Paz. "O Prêmio Nobel da Paz deveria ser concedido àqueles que trabalham para promover a harmonia étnica, a amizade internacional, o desarmamento e os encontros de paz. Estes eram os desejos de (Alfred) Nobel", declarou em um comunicado o ministro das Relações Exteriores chinês.
 


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