Uma curva para a frente à altura do pescoço (cervical), uma para trás na parte superior (torácica) e uma à frente na parte baixa (lombar) constituem, grosso modo, a coluna vertebral. Sabendo disso, manuais de postura correta ensinam, sob pena de custos estéticos e de saúde sofrível, que se deve alinhar todas as vértebras “naturalmente” – e, se nosso fenótipo expressa informações presentes em nossos genes superevoluídos, a tarefa deveria ser simples. A biomecânica que sustenta essa estrutura, no entanto, não está tão evoluída quanto nos primeiros humanoides agraciados com o bipedismo.

Há produtos que ajudam no processo, mas “uma musculatura mal condicionada e hábitos de vida não saudáveis impedem a boa postura”, disse à ISTOÉ Raphael Marcon, do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas de São Paulo. “A coluna vertebral deve ser sustentada por músculos firmes, já que eles comandam a ação dos ossos.” Mas algumas “muletas”, afirma o médico, podem auxiliar no processo darwinista daqueles capazes do feito que, dadas as condições não naturais do nosso hábitat, é atualmente trabalho para contorcionistas.

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