A instabilidade política sempre assombrou a América Latina. O fantasma da vez encarnou no Equador (oito presidentes em 13 anos). Em um país de 14,5 milhões de habitantes, dois mil integrantes da Polícia Nacional e 120 militares (não mais que 0,015% da população) sublevaram-se na quinta-feira 30 contra o presidente Rafael Corrêa, reeleito em 2009 – atacaram-no com bombas de gás e o mantiveram refém em um hospital até a madrugada da sexta-feira (no detalhe). Protestando contra a lei que lhes corta gratificações, o grupo tentou pôr em risco a democracia em nome de interesses corporativos. Corrêa dominou a situação e a baderna rendeu-lhe 60% de apoio popular – mais a chance de culpar, no domingo 3, o líder da oposição, Lucio Gutiérrez.