São Francisco, Los Angeles, Nova York, Berlim, Paris e Londres estão entre algumas das cidades que adotaram o título GayFriendly, amigos da causa GLS – gays, lésbicas e simpatizantes. Mais do que uma simples atitude de civilidade, a proposta é lucrativa, já que o público, normalmente com alta renda mensal e sem filhos, movimenta uma respeitável parcela do turismo mundial. No Brasil, que já está na rota dos países mais visitados por turistas gays, agências especializadas investem na nova galinha dos ovos de ouro. A CVC, a maior operadora de turismo do País e conhecida por uma estratégia de marketing um tanto quanto familiar, inovou. Abriu uma loja direcionada ao público GLS. Restaurantes e hotéis levantam a bandeira do arco-íris e, há um ano, criou-se a Abrat – associação de turismo para clientes GLS.

O investimento é compreensível. Por dois anos consecutivos, a parada GLBT de São Paulo movimentou, em quatro dias de eventos espalhados pela cidade, mais de R$ 150 milhões. “É o poder do Pink Money, observado desde 1998. A fatia GLS brasileira com dinheiro procura destinos como Buenos Aires, que vem se tornando um pólo gay, Madri, Lisboa e, agora, África do Sul”, aponta Eduardo Cardoso, que, com o sócio Clóvis Casemiro, abriu no shopping Frei Caneca, em São Paulo, a primeira loja da CVC direcionada ao público GLS.

Na segunda 29, o Centro de Turismo Alemão e a Maison de la France lançaram, no restaurante Ritz de São Paulo, duas brochuras especializadas, o France guide for the gay traveler e o Gayfriendly guide Germany, com programação gay e cultural, além de dicas de acomodação e culinária nesses países, disponíveis nos sites: www.franceguide.com e www.visitealemanha.com. “A Alemanha tem muito a oferecer nesse mercado”, explica a representante do Centro Alemão, Adriana Martins. “Queremos mostrar uma França sem preconceitos. O público GLS não quer apenas ver a cena gay francesa, mas pontos culturais e históricos”, completa Emmanuel Marcinkowski, diretor da Maison de la France.