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PIONEIRO
São Paulo abriga a primeira
fábrica de pás eólicas do Brasil
 

Desde meados do século passado, São Paulo é o líder sem concorrentes quando o assunto  é o Estado que mais polui no Brasil. Para não entrar para a história nessa incômoda posição, empresários, universitários e governantes se unem numa corrente de ideias e ações para que o Estado abrace de uma vez a chamada “economia verde”. Ela começou a tomar corpo em 2008 durante a crise econômica global e tem como princípio produzir mais com eficiência energética, emitindo menos gases tóxicos na atmosfera e gerando menos resíduos. Dono do maior PIB do País, São Paulo abraça o conceito tendo como propulsores a força econômica, a liderança científica e uma legislação ambiental avançada.

A força econômica entra para resolver a impossibilidade de esverdear uma economia sem dinheiro. Uma das maneiras de fomentar negócios sustentáveis é o subsídio cruzado, como o que dá desconto em impostos para o álcool automotor, compensado por um aumento no percentual de taxação da gasolina. A Secretaria do Meio Ambiente acha que é possível ampliar esse incentivo para outros produtos. “Poderíamos dar desconto no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para eletrodomésticos que consomem menos energia e taxar os menos eficientes, por exemplo”, afirma Casemiro Tércio Carvalho, coordenador da agenda de Meio ambiente do Estado. Para os casos em que um financiamento direto seja o mais recomendável, há o banco estadual Nossa Caixa Desenvolvimento, que oferece uma linha de crédito para financiar projetos que reduzam as emissões de pequenas e médias empresas.

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BIOMASSA
Com a energia que vem do
bagaço, usinas vão gerar 500 mil vagas

Mais do que bens de consumo, a bola da vez da economia verde paulista é a geração de energia limpa. E a bênção para investir nisso vem de fora. Em evento na capital paulista na semana passada, Pavan Sukhdev, assessor do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), afirmou que as iniciativas sustentáveis vão gerar 2,3 milhões de empregos no País até 2015 e que 500 mil dessas vagas (21,7% do total) serão ocupadas no setor de energia de biomassa no Brasil – leia-se cana-de-açúcar. Além de vagas, as usinas sucroalcooleiras terão lucro com a energia extra que possam gerar graças à queima do bagaço. Na última safra, a Cosan, de São Paulo, obteve uma receita líquida de R$ 92,4 milhões com a venda do seu excedente.

Enquanto o setor de biomassa caminha sozinho no Estado, há outros que vão aumentando sua fatia na matriz energética paulista (leia quadro abaixo). É o caso da energia eólica. São Paulo possui a única fábrica de pás para esses equipamentos no Brasil, a Tecsis, em Sorocaba. O Estado abriga ainda a Embraer, em São José dos Campos, que montou uma fábrica de turbinas para estruturas eólicas. Caso parecido acontece com a energia solar. Empresários estudam implantar no Estado a primeira indústria brasileira de painéis fotovoltaicos.
Quando, somadas às hidrelétricas, essas formas de geração de energia estiverem funcionando a pleno vapor no Estado, ficará mais fácil para os demais interessados em entrar para a economia verde fazer a lição de casa. E a locomotiva do Brasil vai se mover sem queimar combustíveis fósseis.

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